Depois de 4 meses longe dos gramados, o Clube do Remo retornou com as atividades no futebol profissional no último domingo (14/01), na sua estreia pelo Campeonato Paraense deste ano. A equipe azulina saiu vencedora por 3 a 0 sobre o Bragantino, mas a condição do gramado do Mangueirão foi alvo de críticas.
Entretanto, o que mais chamou atenção no episódio foi o gasto que o Leão teve para utilizar o estádio como mandante: mais de R$ 100 mil, deixando claro que a utilização do Mangueirão está cada vez mais inviável.
A alternativa para esse caso seria a volta para o Baenão, mas apesar dos avanços nas obras de restauração, o Leão não deve atuar tão cedo em sua casa.
Hoje, por exemplo, o caldeirão azulino não tem uma data específica para reabertura. De imediato, o que impede o time profissional em sediar os jogos no estádio Evandro Almeida é a situação da arquibancada da Avenida Almirante Barroso, que possui sob suas estruturas as salas de arbitragem, segurança e juizado; além dos procedimentos de implantação do novo gramado.
Apesar do grupo de torcedores responsável pelo projeto “Retorno do Rei ao Baenão” continuar empenhado com a causa, o clube precisa de um suporte maior para acelerar as obras. Para Marcos Lobato, diretor de estádio, isso já está sendo revisto.
“Já foram realizadas algumas conversas para investimento das obras, mas isso é algo muito delicado. Pode ser que daqui para o final do mês ou no próximo aconteça algo positivo que nos dê uma margem menor para entrega. Não queremos estipular uma data, até para não iludir o torcedor, mas estamos fazendo tudo com seriedade e priorizando a qualidade nos serviços”, explicou o dirigente.
Enquanto isso, o Mangueirão é a única opção do Remo na capital, para sediar jogos, mas uma opção de certa forma incômoda. Somente na primeira fase do Parazão, o Leão terá R$ 400 mil em despesas na praça esportiva, sendo R$ 32 mil apenas com aluguel. Só para se ter uma ideia, foram gastos R$ 230 mil para a restauração do tobogã da 25, ou seja, menos da metade desses gastos.
“Sabemos que o time precisa muito do seu estádio, mas estamos trabalhando, dando o nosso melhor para que as coisas aconteçam e que não venham mais falhar”, disse Marcos Lobato.
Apesar do atraso, as obras não pararam
No dia 22/10, depois de muito trabalho, o grupo de torcedores responsável pelo projeto “Retorno do Rei ao Baenão”, que tem como objetivo restaurar todo o estádio azulino, concluiu a 1ª etapa do cronograma: o tobogã da Avenida 25 de Setembro.
De imediato, os torcedores iniciaram os procedimentos da Avenida Almirante Barroso, que segundo os coordenadores, é o ponto mais crítico do estádio. Embora com todo o material necessário já arrecadado para essa 2ª fase, alguns fatores acabaram atrasando a obra, como a revitalização na área das Mercês, outro ponto delicado.
Porém, apesar das dificuldades, os responsáveis garantem que o pior já passou e que os procedimentos estão andando normalmente.
“Tivemos um contratempo na área das Mercês, que estava em uma situação ruim e, por servir como uma passagem direta para o tobogã da Almirante, não podíamos deixá-la da mesma forma, mas hoje está quase toda pronta com bloquetes, pronta para a pintura”, disse Igor Souza, um dos coordenadores do projeto.
Igor disse que a reabertura do estádio para o Parazão é difícil, mas que a espera será benéfica, pois tudo está sendo feito com cuidado para que não haja qualquer tipo de intervenção no futuro.
“O que mais queremos é a volta da atuação do time em casa. É por isso que estamos nisso. Quem costumava ir ao estádio sabe do impulso que o time ganha lá dentro, além do recurso financeiro. Esperamos que para o Brasileirão esteja tudo bem encaminhado. Por isso, pedimos que continuem com as doações, que é a nossa fonte de receita”, explicou.
Implantação do gramado deve encerrar em abril
Concluída a etapa de corte e retirada do piso antigo do estádio do Baenão, que foi inteiramente doado para a Tuna Luso, de acordo com o diretor de estádio Marcos Lobato, a partir desta terça-feira (23/01), as obras irão adentrar na segunda fase: a de reparação do sistema de drenagem.
Atualmente, o mecanismo do campo azulino está muito comprometido, devido ao grande desgaste do piso anterior. Sendo assim, para uma boa adaptação do futuro tapete, é preciso cuidado com certos fatores antes da implantação.
Além disso, conforme orientação do engenheiro e topógrafo responsáveis pela obra, haverá mais duas etapas antes da colocação do novo gramado. Para o diretor, apesar do pequeno atraso, tudo será entregue no tempo certo.
“Depois da retirada, foi recomendado a compra de alguns tubos e mantas que não tinham em Belém. Todo o material foi comprado em São Paulo, o que atrasou um pouco. Tudo já está em Belém e acredito que terça-feira (23/01) essa parte já comece. Iremos aperfeiçoar e melhorar os pontos críticos de drenagem nessa etapa”, adiantou Marcos Lobato.
Preferindo não estipular data de entrega, no entanto, o diretor disse que esse processo de drenagem deverá durar algo entre 4 e 5 semanas.
“Existe muitas variáveis quanto à finalização. Pode ser que consigamos um parceiro que nos ajude nas despesas e aumente a mão-de-obra disponível, diminuindo o tempo. Tudo é possível, por isso é incerto estipular uma data final, mas o certo é que esse processo dura em torno de 5 semanas e, após a colocação do gramado, é preciso aguardar 30 dias até utilização”, explicou o diretor.
Diário do Pará, 21/01/2018