Milton Campos
Milton Campos

O planejamento do Remo para 2018 envolveu a formação de uma nova diretoria de futebol, responsável pelo pagamento dos jogadores que passaram pelo clube no ano passado, a contratação de executivo e técnico e a formação do elenco para a temporada. Além disso, o departamento, liderado pelos diretores Milton Campos, Miléo Júnior e Paulinho Araújo, também tomou para si a responsabilidade de áreas determinantes para os recursos financeiros, como o programa de sócio-torcedor Nação Azul.

Em entrevista, Milton Campos afirmou que, até aqui, os planos traçados vêm sendo seguidos à risca e buscam, principalmente, a volta da credibilidade do clube, ferida, também, pelo atraso nos salários e rescisões, algo recorrente nos últimos anos.

“Deus tem abençoado nosso trabalho. A gente fez um planejamento que iniciou com a rescisão dos atletas que estavam saindo. O Remo passa por um trabalho de resgate de credibilidade, principalmente, lá fora, e os atletas que saem levam a imagem do clube aqui. A gente chamou todo mundo e daquele elenco só faltam dois atletas (Ilaílson e Tsunami) para acertar o valor. Depois disso, trouxemos o executivo, o treinador, os jogadores, veio a preparação, amistosos e tudo pronto para, no domingo (14/01), se Deus quiser, a gente fazer a estreia contra o Bragantino”, disse.

Com a eliminação precoce na Série C do Brasileirão 2017, o Remo ficou sem a sua principal forma de arrecadação: a bilheteria dos jogos. Segundo Milton Campos, os azulinos recorreram às vendas de produtos das lojas oficiais, além do Nação Azul, o programa sócio-torcedor, que está sendo trabalhado para ser o principal responsável pelo pagamento da folha salarial dos atletas. A venda antecipada dos ingressos para a estreia no Parazão contra o Bragantino, no próximo domingo (14/01), também foi importante para o fluxo de caixa.

“Uma das coisas que a gente fez foi chamar o torcedor e pedir que ele comprasse os nossos produtos. O que tem ajudado bastante é o Nação Azul, o nosso sócio-torcedor. Conseguimos melhorar o número de adimplentes e isso, automaticamente, gerou um recurso. As lojas também geram receita. Todas às vezes que o torcedor vai em uma loja do clube e compra qualquer objeto, um percentual vai para o Remo. O outro é a bilheteria. Graças a Deus, colocamos 10 mil ingressos antecipados, o torcedor correspondeu e esgotou”, comentou Milton.

“Hoje já passamos de 12 mil ingressos (vendidos) e está provado que o torcedor está acreditando no trabalho”, completou.

“Outra fonte de renda importante é a Timemania. Quando ele (torcedor) aposta, ajuda o Remo. Esse mês, o Remo recebeu R$ 80 mil e pagou os seus débitos previdenciários passados e atual”, informou.

“Quando o (diretor) João Mota assumiu o Nação Azul, tínhamos 900 sócios em dia. A gente espera que até o domingo do jogo passe de 2 mil. Estamos próximos dessa média. Colocamos como meta aumentar 500 sócios por mês e, graças a Deus, estamos conseguindo chegar. A grande vantagem é que a despesa não aumenta com o número de sócios. A nossa despesa operacional hoje é fixa. Cada novo sócio ou o que volta traz um dinheiro praticamente limpo para o clube. Conseguimos diminuir a taxa de administração de 10% para 7,5%. A ideia é que, até o final do Campeonato Paraense, a gente possa pagar a folha só com o Nação Azul”, afirmou.

Na formação do grupo de jogadores para 2018, Milton garantiu que todos passaram pelo crivo do Departamento de Futebol. O executivo Zé Renato e o treinador Ney da Matta participaram das indicações, mas a última palavra foi do Centro de Inteligência de Futebol (Cifut) e dos 3 diretores, com objetivo de evitar problemas como o enfrentado pelo Leão em 2017, onde muitas contratações partiram da comissão técnica e foram aprovadas sem uma devida atenção.

“Se esse grupo der certo, foi um trabalho de todos. Se der errado, foi o Milton e o Miléo. Nenhum jogador que veio não teve a análise do Milton e do Miléo, assim como tiveram jogadores que vetamos”, disse.

“Ninguém tem carta branca no Remo. Tem para ir atrás, buscar, mas é a diretoria que diz se vem ou sai. É a nossa maneira de trabalhar. Para o Zé Renato chegar, foi comunicado que era dessa forma. O Ney também ficou consciente disso. O treinador e o executivo não colocam jogador no Remo, mas indicam”, comentou.

“Fizemos um departamento de análise de futebol”, continuou o dirigente. “Todos os atletas que chegaram passaram pelo crivo do Ney, do Zé Renato, do nosso Departamento de Futebol e, por último, pelo Milton, Miléo e Paulinho Araújo”, afirmou.

Confira, abaixo, outros pontos da entrevista com Milton Campos:

Fim do ciclo de contratações para o primeiro semestre

Nunca está fechado. Temos um elenco montado, que a gente acredita muito para toda a temporada. Esperamos que esse grupo mostre que estamos certos e consiga as vitórias no Campeonato Paraense, Copa Verde e Copa do Brasil, e que possamos iniciar a Série C com eles, mas o mercado e o futebol são muito dinâmicos. Amanhã desponta um jogador com uma qualidade acima da média e você tem que se reforçar, até porque a Série C vai ser muito difícil. Quem se destacar desse grupo, fica com a gente, tanto que a maioria tem contrato até o final da Série C.

Reabertura do Baenão

O torcedor do Remo não aceita mais que você estipule um prazo e não cumpra. A gente tem muita cautela quando fala em abrir o Baenão. É um projeto maravilhoso, que merece os parabéns, o torcedor abraçou o “Retorno do Rei”, mas uma coisa fica muito clara: as pontes servem para unir ou afastar e no Remo estão servindo para unir.

O futebol dando certo, sobrou recurso e está precisando de R$ 300 mil para fazer a iluminação? Vamos fazer. É interesse nosso jogar no Baenão. Jogar no Baenão para 10 mil pessoas é absolutamente rentável. Quando é no Mangueirão, é certeza de que, se não empatar nas despesas, vai ter prejuízo. Estamos buscando mecanismos, mas o que é prioridade hoje no Remo: o que faz o futebol rodar, os salários dos jogadores, comissão técnica e funcionários, que estão em dia.

Academia do clube

A academia foi uma conquista do nosso Departamento Comercial. Abelardo (Sampaio) e Rafael Dahás entraram com muito gás e estão correspondendo. Conseguiram a parceria e os equipamentos já estão disponíveis. Ricardo Ribeiro, nosso vice-presidente, está fazendo um trabalho com abnegados do clube de montar o espaço que vai receber a academia e a gente acredita que até o final de janeiro, meados de fevereiro, já esteja funcionando.

Prioridades em 2018

A prioridade do Remo é ganhar o Bragantino domingo (14/01). O Remo vai por etapas, precisa estrear bem, brigar pelo título do Campeonato Paraense e Copa Verde, brigar por uma boa participação na Copa do Brasil e que Deus nos permita ter uma participação como a de 1991, onde fomos semifinalistas. Nossa meta é fazer o Remo cada vez mais forte e conquistar o acesso. Para o torcedor, tudo isso é obrigação. Para a diretoria, também são metas.

Agora, o futebol não é uma ciência exata, nem tudo que se faz, acontece como se prevê, mas a gente acredita que Deus colocou a mão no trabalho e que, ao final do ano, vamos poder celebrar as conquistas. Não posso dizer que seria uma coisa que a gente vai conquistar, seria uma arrogância, o futuro a Deus pertence, mas vamos trabalhar para isso. Na cabeça do torcedor o acesso é o mais importante, tirar o Remo da Série C. Série B e Série A são os locais do Remo.

Globo Esporte.com, 09/01/2018

11 COMENTÁRIOS

  1. Parabéns pelas iniciativas,sou um torcedor fanático do REMO moro distante Manaus mas acompanho todos os jogos. Peço a Deus que ilumine os Dirigentes e colaboradores e que tenhamos um feliz e próspero Ano Novo.

  2. Agora podemos ver que se tem um planejamento, se vai da certo so o futuro dirá, mas estamos seguindo um bom caminho, coisa que nao se via ha muito tempo.

  3. Todo esse trabalho é louvável e Deus há de abençoar, mas essa diretoria não pode ser ingênua e deixar de observar os movimentos de bastidores que sempre favorecem as mucuras pirentas, a FPF sempre foi comandada por esses vagabundos, está mais que na hora de mudar isso, aquele cidadão saldado Nunes se não me engano até hoje trabalha para os Bananas de pijama, sem contar que precisa botar essa imprensa morta de fome, também no bolso como os picaretas do outro lado da Almirante fazem, crivam as noticias e só falam coisas boas. Fica a dica!

  4. parabens milton esta no caminho certo quem trabalha serio e com honestidade Deus provera e vc vai conseguir tudo que planejou..abs augusto guimaraes

  5. Também estou acreditando nesse trabalho, creio que o Remo está precisando em seu comando, de gente séria e competente, espero que essa hora tenha chegado!!!!

  6. Parabens Milton estou gostando moro em marabá acompanho as noticias do nosso Clube do remo, deus vai te Iluminar para comandar essa barco que esta pesado mas vai ficar leve se deus quiser, monte um time bom para que possamos quebrar uma castanha da mídia (Radio Clube) que fala que a mucura esta bem montada tem um elenco em quando o nosso Leão monta time que o Clube não vai ser Campeão e sim Vice pelo time que esta montado, vamos pra frente Leaooooo.

  7. Concordo com o torcedor que fala em bastidores, e uma invenção que o Remo não deve concordar é com a mudança de lado do banco de reservas em dia de jogo contra aquela coisa, pois isso, não existe em nem um estádio do Mundo.

  8. Cadê a renda dos novos patrocinadores? Segundo informações, o valor total seria entre 250 a 300 mil por mês.

  9. “ DEUS AJUDA A QUEM CÊDO MADRUGA!”. SE TRABALHAREM, VISANDO O BEM DO CLUBE, DA INSTITUIÇÃO CLUBE DO REMO, NO INÍCIO IMEDIATO PODE ATÉ SER DIFÍCIL, MAS LÁ NA FRENTE, O PROFISSIONALISMO SEMPRE MOSTROU RESULTADOS. COM ESSE TIPO DE ADMINISTRAÇÃO, COM O REMO NÃO SERÁ DIFERENTE. PERSISTIR NO CORRETO, NO PROFICIONALISMO, SÓ TRARÁ BENEFÍCIOS AO CLUBE.

  10. Parabéns Milton Campos, sabemos que a estrada é longa e dura, mas com honestidade e transparência Deus sempre ajuda.

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