As eleições do Remo no final do ano são, de certa forma, um entrave para o trabalho de Ari Barros à frente do cargo de executivo de futebol do clube.
No entanto, para que o Leão não saia atrás e seja prejudicado no começo da próxima temporada, o profissional tem elaborado o planejamento para 2019 normalmente, mesmo que não permaneça no cargo após o resultado da votação para o Conselho Diretor (Codir).
Ari possui alguns jogadores “engatilhados” e outros verbalmente comprometidos em jogar pelo time paraense.
“Em princípio, quero essa espinha dorsal, porque ainda não tenho a certeza da minha permanência, mas sou funcionário do clube e vou continuar enquanto esta gestão estiver. Vou trabalhando dentro daquilo é que possível”, comentou.
“Não posso fechar negócio com um atleta, até porque depende das eleições e da minha permanência ou não. O que tenho feito: procurado buscar jogadores de todas as posições. Tenho meu banco de dados e uma lista com 5 atletas por posição. Mesclo por idade, valores, estilo de jogo. Alguns que tenho amizade e sei que, com a minha permanência no Remo, virão. Já troco uma ideia e se não tiver interesse, já corto da lista”, revelou.
“Tenho a certeza de que, como fui jogador, o cara pode chegar no Remo e não ir bem, mas ele não vai ser ruim, porque não sou besta, sei quem é bom. Até porque o sucesso dele e o do treinador também será o meu. Também sempre converso com o (técnico João) Neto”, explicou Ari.
Por enquanto, a permanência do executivo de futebol depende da continuidade do presidente Manoel Ribeiro após a eleição, ou de um candidato indicado por ele. Porém, como é um cargo remunerado, nada impede que o profissional seja mantido, mesmo que outra chapa saia vencedora.
“Até agora, só a direção atual me procurou. O presidente me falou que não é certa a candidatura dele à reeleição mas, se vier, me quer. Ele acha que fui uma surpresa grata para ele com relação ao meu desempenho na função. Se ele ceder (a liderança da chapa) para outro candidato, ele também vai apoiar minha permanência”, revelou.
“Nenhum outro candidato de outra chapa me procurou, mas como costumo falar, abraço a causa que estou. Tinha hora para chegar no Remo, mas não tinha hora para sair. Me desliguei totalmente da minha família, pedi perdão à minha esposa, meus filhos, porque sabia o quanto era precioso agarrar essa oportunidade, porque para todos, estávamos rebaixados. Nos entregamos à fundo e Deus honrou nosso trabalho”, argumentou.
“Hoje vejo que é interessante para o Ari continuar no Remo e o Remo ter o Ari, porque hoje sei o que é o Remo, diferente de qualquer outro profissional que chegar para ter que conhecer o que é a instituição, como funciona, o contexto geral. Vou continuar o meu dia a dia no clube, trabalhando o que tem que ser feito e esperar”, disse o executivo.
Enquanto isso, Ari Barros também tem observado quem já está em casa. Além de acompanhar todos os jogos do Parazão Sub-20, ele irá assistir às partidas da Segunda Divisão do Estadual, programada para começar no dia 01/10.
“Esse é um dos nossos pensamentos: acompanhar as categorias de base, ver o que temos de valor, para poder agregar, caso fique ou não, para o ano que vem. Estamos fazendo esse trabalho em prol do Remo. Tem uns 5 atletas (do Sub-20) que me chamaram atenção e esses jogadores precisam de acompanhamento. Às vezes (o jogador) está em um dia feliz, mas não tem uma sequência boa. Vamos acompanhar essa competição, assim como a Segundinha, no próximo mês. Espero encontrar algumas joias preciosas”, contou.
Ari Barros também falou sobre o período que passou em São Paulo após o término da Série C do Brasileirão, quando realizou estágios no Santos (SP) e no Palmeiras (SP) por meio da Associação Brasileira dos Executivos de Futebol (Abex), da qual é integrante.
“Fui para a reunião da Abex, em que estão os executivos ‘tops’ do Brasil. Rodrigo Caetano, Alexandre Mattos, Paulo Pelaipe, Edu Gaspar. Isso é muito importante quando o executivo quer exercer sua função com maestria. A cada dia tenho estudado mais, procurado me aperfeiçoar. Passei 2 dias no Palmeiras (SP), com o Cícero (Souza), que é o gerente de futebol”, comentou Ari.
“Uma coisa que fiquei muito feliz na passagem por São Paulo foi com relação as nossas ideias. O que o Palmeiras (SP) implanta hoje, já tenho em mente, não porque vi o Cícero falar, mas já tinha comigo querendo implantar no Remo para 2019. Quando fui ao Santos (SP) passar uns dias com o (Sérgio) Dimas e o Ricardo Gomes, trocamos várias ideias. Aprendi muito”, detalhou.
Veja outros trechos da entrevista com Ari Barros:
Renovações
É um fator muito importante começar 2019 com uma espinha dorsal. Para que isso pudesse acontecer, foi passado pelo Condel a aprovação da renovação desses atletas. Em princípio, queríamos dar prioridade à renovação com o Vinícius e isso foi concluído com êxito. Para esses outros atletas que estão nessa listagem, estamos conversando. Temos um planejamento para não prejudicar o clube financeiramente. A conversa com esses jogadores que se destacaram, que agradaram ao torcedor, a mim e ao Neto, já estamos conversando com cada um: Mimica, Fernandes, Vacaria. Nininho quer voltar, foi para Portugal e tem contrato até maio, mas tem muito interesse em voltar. Rodriguinho acabou de receber uma proposta para o mundo árabe, mas ele mesmo se ofereceu, ao término do seu contrato, em voltar para disputar a Série C. Isso é bom. Tem outros atletas que temos interesse, como Keoma, que foi pouco utilizado, mas vemos o quanto ele tem potencial. É jovem e podemos observar no Estadual, assim como o Bruno Limão.
Negociações
Tive um relacionamento muito bom com os atletas. Vacaria é um que não pode definir agora porque é um jogador que pertence ao Juventude (RS), mas ele tem interesse demais em até se desvincular o que tem de contrato para poder vir assinar contrato conosco. Mimica falta um reajuste ou outro, então a qualquer momento podemos dizer que o Mimica é nosso. Fernandes também pediu alguns dias para resolver sua situação com a sua esposa. A qualquer momento podemos fechar com esses jogadores. Tenho que entender porque é muito cedo para eles renovarem o contrato, até porque não podem assinar agora, só mais para frente. Provavelmente teremos um amistoso no dia 29/09 e quero contar com esses atletas.
Amistoso
Ele será anunciado em breve. Ainda não oficializamos, mas temos tudo para poder executa-lo em prol de poder reabrir o Baenão. É a nossa casa, é o lugar onde a gente tem que se sentir confortável. O processo de reabertura do Baenão não depende de mim, mas o que for possível para adiantar esse processo de hidrantes, o que está faltando por trás das arquibancadas, se puder agilizar o quanto antes isso, será fantástico. Hoje você vai no Baenão e já vê um gramado arrumado, um campo pintado. Vê uma cara de um estádio. Faltam várias situações a serem feitas, por isso estamos correndo atrás de oficializar esse amistoso no Mangueirão para o torcedor poder voltar a ver os atletas, a equipe em campo. A torcida não vai deixar de comparecer porque virão os atletas que ela abraçou, apoiou.
Globo Esporte.com, 17/09/2018
Ari não trouxe ninguém pro Remo, até o final do paraense, quando foram anunciados o Everton e Dedego, quem trouxeram foi o Zé Renato e Milton Campos. Depois, Giva trouxe o Moisés. Por fim, Arthur Oliveira trouxe o Romário, Keoma e Bruno Limão. Fica aqui a pergunta: “Que bom trabalho o Executivo Ari Barros fez?” O que ele pode ter feito, no máximo, foi ter intermediado o Moisés, quando o Giva indicou, mas de qualquer forma, se chegou a fazer, só pegou o telefone e ligou pro cara alegando que o treinador o queria.
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