Eduardo Ramos
Eduardo Ramos

Alguns jogadores carregam um certo “chamariz” para a polêmica, mesmo que não pretendam despertar isso. Eduardo Ramos é um exemplo. Ídolo da torcida do Remo em 2015, quando foi decisivo na campanha de acesso à Série C, o meia deixou o Baenão no final da temporada passada, cedido por empréstimo ao Santo André (SP). Com a ida para São Paulo, seu nome saiu do radar dos debates e arengas diárias entre as torcidas nas redes sociais.

Nesta terça-feira (07/03), diante da notícia de que Eduardo havia se desligado do clube paulista, surgiram logo especulações quanto ao seu futuro. De um lado, grande parte da torcida remista aplaudindo o seu retorno por entender que acrescentará qualidade ao time de Josué Teixeira.

No outro lado da Almirante, os rumores em torno de uma improvável volta do meia à Curuzu, onde jogou em 2013 e ainda persiste uma espécie de “zica” com a camisa 10, além da rejeição ao seu nome, manifestada pela maioria dos bicolores.

A bronca com a torcida adversária é fácil de entender. Eduardo Ramos deixou o Paysandu e “atravessou” a Avenida Almirante Barroso para ser o protagonista do projeto azulino “Camisa 33”. A jogada de marketing não funcionou, mas o meia conquistou a simpatia da massa remista com boas atuações e uma inegável dedicação ao clube.

Depois de comandar o time que conquistou o acesso à Série C em 2015, o meia perdeu um pouco desse prestígio na última temporada, com o fracasso do time de Waldemar Lemos na briga pelo acesso à Série B.

A negociação salarial ainda está em marcha, mas a chegada a Belém foi confirmada para esta quinta-feira (09/03). Reuniões ainda devem acontecer entre a direção do Remo e Carlos Ramos, pai e representante legal do jogador, mas tudo faz crer que o Baenão deve ser mesmo o destino de Ramos.

O meia já teria concordado com a proposta do clube, faltando pouco para sacramentar seu retorno ao Leão. A oficialização deve ocorrer até sexta-feira (10/03), quando encerra o prazo para inscrições no Campeonato Paraense.

Em termos práticos, a chegada de um especialista na armação de jogo representa um grande alento para Josué Teixeira, que vinha tendo que improvisar em vários momentos das partidas.

Mesmo com a melhor campanha geral no Parazão, o Remo tem sofrido com a qualidade da transição e da formulação de jogadas. Flamel até teve bom desempenho, mas jogava sozinho no meio-campo, sem parceiro ou substituto à altura.

A volta de Ramos permitirá que Flamel avance para a posição de meia-atacante, como atuava no Águia. Com ambos, o Remo cresce em ofensividade.

Sem muitas peças de reposição no elenco, Josué passará também a contar com um organizador qualificado e experiente para dar musculatura a um time ainda em montagem, que terá desafios cada vez maiores no Parazão, na Copa Verde e na Série C.

Blog do Gerson Nogueira, 08/03/2017