Manoel Ribeiro e Josué Teixeira
Manoel Ribeiro e Josué Teixeira

O sonho do Clube do Remo em se classificar para o mata-mata da Série C e, posteriormente, para um possível acesso à Série B no final desta temporada, acabou. Após um ano de verdadeiros fiascos dentro e fora de campo, o Leão encerrou as suas atividades oficiais em 2017 com a derrota para o Salgueiro (PE), no último sábado (09/09), por 2 a 1, em um jogo em que o time azulino precisaria de uma vitória por quaquer placar para seguir na competição.

Com uma grande expectativa criada ao longo da semana que antecedeu a rodada final da fase de grupos da Série C, a equipe paraense tornou a apresentar os mesmos erros, não dando oferecendo sequer competitividade para um adversário tão frágil técnicamente quanto a si próprio, saindo até no lucro com o resultado do placar final.

Entretanto, com as inúmeras falhas praticadas pela atual administração do clube, seja com a montagem do elenco, com a falta de cuidados com as receitas do clube ou com a própria marca do clube, o Remo ainda escapou de não ter sido rebaixado e ter de reviver o inferno pior, que é a Série D do Brasileirão.

Mesmo estando tão próximo do acesso, já que permaneceu 12 de 18 rodadas na zona de classificação, o fato é que o Leão, em nenhum momento, transmitiu confiança de que poderia encerrar sua participação entre os 4 primeiros em seu grupo.

Um dos principais pecados do Remo na campanha foi ter desperdiçado as chances de fazer os resultados necessários dentro de casa, onde o torcedor remista esteve sempre presente em grande número para apoiá-lo.

“O que fica é a tristeza pelo nosso torcedor, que sempre acreditou, principalmente dentro de casa, onde deixamos muito a desejar. Essa foi a tônica da Série C, todos os nossos adversários nos ajudaram, menos nós mesmos”, refletiu o meia Flamel.

Os 7 pecados capitais do Remo na Série C:

1 – Montagem do elenco

Sem nenhuma prudência, após “carta branca” fornecida ao ex-técnico Josué Teixeira, a diretoria de futebol do Remo bancou as recomendações e contratou os jogadores indicados por ele. Na ocasião, 11 atletas de uma só tacada foram apresentados e, quase que de imediato, começaram como titulares. Demorou apenas 3 rodadas para o baixo nível dos atletas vir à tona com dispensas em menos de 1 mês.

2 – Insistência no erro

Mesmo sabendo das péssimas escolhas feitas para o plantel da Série C, algumas peças que foram descartadas pela diretoria acabariam sendo reintegradas pelos dirigentes, após “nova consulta”, deixando claro total falta de tato na escolha por jogadores.

3 – Técnicos sem técnicas

Não conseguindo desenvolver um bom trabalho com as peças das quais escolheu a dedo, Josué Teixeira, apesar de sempre demonstrar compromisso com o Remo, sempre foi mais “garganta” do que “desempenho”. Não suportando a pressão, foi demitido e, para o seu lugar, foi a anunciado Oliveira Canindé. Repetindo os mesmos erros, não durou 15 dias à frente do Leão e foi demitido pelos mesmos motivos, deixando clara a falta de critérios na escolha de comando. Por fim, Léo Goiano. Talvez o menos culpado pela não classificação, pois não teve oportunidade de recomendar jogadores para melhorar o time.

4 – Medalhões sem brilho

Desde o começo da temporada, a montagem do time titular do Remo em campo sempre possuía apenas 10 vagas, já que uma exclusiva tinha de ser do meia Eduardo Ramos. Longe de apresentar um bom futebol, o camisa 10 foi um jogador extremamente “comum” na temporada, mas intocável no meio-campo azulino. Outro jogador problemático foi o atacante Edgar. Apesar do bom começo, não demorou até que o nome do atleta estivesse envolvido em diversos casos de indisciplina, sendo inclusive, afastado de jogos importantes do Leão.

5 – Falhas dentro de casa

Um dos principais fatores que levaram o Remo a não se classificar na Série C foram os seguidos tropeços em casa. Mesmo com a presença da torcida, o Leão não correspondeu ao esperado e cedeu a vitória para rivais que, em seguida, se tornaram seus principais concorrentes, como Confiança (SE) e Salgueiro (PE), que arrancaram pontos preciosos dos azulinos em Belém. Ao total, dos 27 pontos disputados em casa, o Remo conquistou apenas 15, com 4 vitórias, 3 empates e 3 derrotas, um aproveitamento de apenas 56%.

6 – Problemas fora de campo

No Clube do Remo, há algum tempo, os problemas fora de campo já se tornaram normais ao redor do time. Em momentos cruciais na temporada, como no começo da semana passada, acontecimentos como corte de energia elétrica e atraso no salário do plantel, sem dúvidas, ajudaram por desvirtuar ou deixar um clima negativo em véspera das partidas.

7 – Administração incompetente

O principal causador de todos os insucessos do Clube do Remo na temporada. A atual gestão do Leão se mostrou incompetente e despreparada em todos os âmbitos da instituição. Com um planejamento ineficaz desde o começo do ano, em nenhum momento a administração soube controlar a crise instaurada dentro do time, o que culminou em péssimas campanhas na Copa Verde, Copa do Brasil, Campeonato Paraense, e agora, na Série C.

Diário do Pará, 11/09/2017