Copa Verde
Copa Verde

Em 2017, a primeira fase da Copa do Brasil pagou R$ 300 mil aos clubes do Grupo III, em que estão os paraenses. Para 2018, a CBF está garantindo um aumento, mas ainda não disse quanto vai pagar. Remo, Paysandu e Independente já pediram antecipação dessa cota.

Sobre cotas na Copa Verde, por enquanto estão mantidos os valores insignificantes dos últimos 3 anos, com a divisão R$ 810 mil entre todos os clubes. Isso corresponde a 3,6% dos R$ 22,5 milhões que a Liga do Nordeste vai distribuir entre os clubes da Copa do Nordeste em 2018. A proporção é humilhante!

Só na primeira fase da competição nordestina, as cotas variam de R$ 750 mil a R$ 1 milhão para cada clube. A primeira fase da Copa Verde pagou R$ 15 mil para cada clube da primeira fase, nas 3 últimas edições. Na primeira edição, em 2014, não houve cota alguma!

A CBF está insistindo na entrada dos times goianos – Vila Nova (GO), Atlético (GO) e Goiás (GO) – para um redimensionamento comercial da Copa Verde. Também está tentando renegociar o patrocínio da Caixa Econômica Federal.

Outra investida da CBF é junto aos deputados federais dos 11 Estados representados na Copa Verde, para que cada um deles direcione R$ 50 mil, através de emenda parlamentar, para elevação das cotas dos clubes. Se todos os 99 deputados federais do universo da CV aderissem, as emendas renderiam R$ 4,95 milhões, mas seria justo com a sociedade esse uso do dinheiro público?

[colored_box color=”yellow”]Por que a Copa Verde é tão pobre?

Os 11 Estados do universo da Copa Verde correspondem a apenas 14% da economia brasileira. Isso ajuda a explicar a dificuldade de patrocínio de grande porte para a competição, mas também é fato que o marketing da CBF é muito tímido para a Copa Verde, inclusive na reconceitualização da competição, com as ações de sustentabilidade introduzidas nos 2 últimos anos.

Federações e clubes ficam totalmente por conta da CBF, enquanto os nordestinos fazem, eles próprios, a valorização e a comercialização da sua Copa, através da Liga do Nordeste.

A maior pobreza da Copa Verde é de atitude. Os clubes, que tanto se queixam, são vítimas da própria inércia. São tão acomodados quanto “chorões”. Tudo indica que 2018 será mais um ano de migalhas.[/colored_box]

Coluna de Carlos Ferreira, O Liberal, 22/10/2017