Marco Antônio Pina (Magnata)
Marco Antônio Pina (Magnata)

A eliminação da Copa Verde não foi bem digerida no Remo. Depois do goleiro André Luís se dizer envergonhado pelo resultado do jogo em Macapá (AP), foi a vez do diretor de futebol do Leão, Marco Antônio “Magnata”, disparar contra o elenco pela atuação na última segunda-feira (03/04), quando a equipe acabou sendo derrotada pelo Santos (AP). Segundo o dirigente, a queda inesperada no torneio continental deve causar um prejuízo financeiro enorme aos cofres do clube.

“Foi uma saída precoce, com uma atuação vergonhosa, pífia, que foi motivo de cobrança ontem (terça-feira) em uma reunião que tivemos com a comissão técnica e jogadores, porque o Clube do Remo não aceita a forma que a equipe jogou, ou melhor, deixou de jogar. O prejuízo não é só esse ano, mas ano que vem, porque era uma competição que tínhamos a ambição de ganhar para que em 2018 entrássemos nas oitavas-de-final da Copa do Brasil”, disse o dirigente.

“Fora a Copa, teríamos mais as rendas dos jogos. Então foi um prejuízo estimado em R$ 1 milhão, porque iríamos fazer dois clássicos e todo mundo sabe que Re-Pa em semifinal de Copa Verde seriam duas boas rendas”, completou.

Ainda de acordo com o diretor de futebol do Remo, o valor seria suficiente para garantir pelo menos 3 meses de folha salarial do clube. Ele ressaltou, no entanto, que o clube vem pagando os atletas em dia.

“Com esse valor, poderíamos pagar quase 4 folhas, 3 com certeza, embora estejamos com os salários em dia. O presidente e o vice não têm medido esforços para honrar não só a parte de folha, mas também os recolhimentos sociais, que são grandes, a questão do Profut. Infelizmente, dentro de campo, o Remo não existiu na segunda-feira”, lamentou Magnata, que criticou o que, em sua análise, foi um relaxamento da equipe nos últimos jogos.

“Não acho que foi soberba, mas um tipo de relaxamento. Cobramos também isso e deixamos aberto para os atletas de manifestarem durante a reunião, porque a gente não entende um time que até duas semanas atrás vinha com uma pegada e, de repente, muda. Não é problema de salário atrasado, não é problema de relacionamento interno, o ambiente é o melhor possível. O que pudermos fazer, à nível de diretoria, fazemos para os atletas”, afirmou.

Apesar da forte decepção com a saída da Copa Verde, Josué Teixeira não tem, neste momento, seu trabalho questionado pela diretoria. O técnico segue prestigiado, principalmente, pela boa campanha no Parazão – o time é o maior pontuador, figurando na liderança geral da competição, além de ter o melhor ataque, a segunda melhor defesa e permanecer como único time ainda invicto nas 9 rodadas já disputadas.

“Josué continua muito prestigiado, até pelas circunstâncias e pelos resultados da temporada. Há quanto tempo o Remo, em 4 meses de atividade, não tem o rendimento que tem, com apenas 2 derrotas? Logicamente que foram duas derrotas trágicas, com prejuízo financeiro, mas se a gente for fazer uma análise geral, a diretoria está satisfeita com a comissão técnica”, ponderou, referindo-se às eliminações da Copa do Brasil (Brusque-SC) e Copa Verde (Santos-AP).

O diretor de futebol do Remo salientou que o principal objetivo neste primeiro semestre se tornou ser campeão estadual, mas também adiantou que a comissão de futebol já está trabalhando na contratação de jogadores para a Série C do Brasileirão.

“Faltam 40 dias para o início da Série C, mais ou menos. Já começamos os trabalhos, estamos iniciando as conversas com alguns atletas regionais e de fora do Estado. Com certeza, o elenco vai ser qualificado, até porque o Estadual não é parâmetro para uma Série C”, comentou Magnata.

“A gente acompanha a Copa do Nordeste e vê o exemplo de times muito bem montados. Vai ser uma Série C muito forte. A nossa chave é muito forte e se não nos qualificarmos, vai ficar muito difícil. Já estamos no mercado, o Campeonato Paulista já acabou a 1ª fase, alguns campeonatos estão terminando neste final de semana e já estamos ‘indo às compras'”, concluiu.

Globo Esporte.com, 05/04/2017