Confiança-SE 0x1 Remo (Igor João)
Confiança-SE 0x1 Remo (Igor João)

Apesar de se atrapalhar no final, permitindo ao adversário botar pressão, o Remo conseguiu sair de Aracaju (SE) com um grande resultado. Derrotou o Confiança (SE) por 1 a 0, em confronto equilibrado, e assumiu um lugar no G4 da Série C. O time não foi brilhante, mas errou menos do que nas partidas anteriores, quando só saía jogando na base do chutão.

O meio-campo desarvorado de antes passou a tocar a bola com mais naturalidade, garantindo índice razoável de acertos. Tudo isso basicamente pela presença de Eduardo Ramos, que lança e abre espaços. Sem estar na melhor forma, ele deu ao time uma estabilidade que inexistia até então e fez com que as saídas para o ataque tivessem um mínimo de apuro.

São, no entanto, ajustes que podem ser alcançados no decorrer da competição. O Remo só não pode mais é ser refém de volantes lentos e travados, como Marcelo Labarthe e João Paulo, que não desarmam e passam mal, comprometendo a transição.

Tsunami exerceu papel importante no combate e apareceu bem no lance decisivo do jogo. Aos 5 minutos do segundo tempo, o volante desarmou na intermediária e deu o passe para Edgar arrancar pela esquerda e bater forte, no canto, sem defesa para o goleiro Henrique.

O gol animou os azulinos e abalou o Confiança (SE), que até então trabalhava bem a aproximação com passes direcionados ao centroavante Tito. Em desvantagem, o time sergipano mudou de postura, perdendo-se na repetição de cruzamentos errados.

O Remo desfrutou de chances para contra-atacar, mas se perdia o rumo quando ia pela direita. Mikael se atrapalhava a todo instante e Léo Rosa não acertava nem passes curtos. Aliás, a transfiguração de Léo é um dos grandes mistérios desse time azulino. Depois de ótimo começo de Parazão, o futebol foi encolhendo até sumir de vez. Impressionante!

Só aos 36 minutos, após impressionante arrancada de Eduardo Ramos, o Remo chegou mais forte, ameaçando a defensiva sergipana. O camisa 10 botou o volante Jefferson na cara do gol, mas faltou tranquilidade ao garoto e o chute foi em cima do goleiro.

Com Mikael, mantido até o fim da partida, o time não criava nada pela direita. A coisa piorava porque Léo Rosa se acomodava na marcação, evitando ir à frente.

A boa vitória não pode esconder equívocos de escalação que desafiam o bom senso. É o caso da insistência com o citado Mikael, tendo Gabriel Lima no banco. Nino Guerreiro, com fraca presença de área, não demonstra ser superior ao argentino Nano Krieger.

No fim das contas, a atuação razoável garantiu um resultado excelente. Edgar, Tsunami, Igor João e Eduardo Ramos foram os destaques e surgem como esperanças para um conjunto que necessita de qualidade pelos lados do campo e mais consistência no ataque.

Blog do Gerson Nogueira, 06/06/2017