A torcida do Clube do Remo anda meio ressabiada com os reforços até aqui anunciados pela diretoria. De fato, nenhum nome chamou a atenção, mas ainda não é motivo para desespero. É bom lembrar que os azulinos desmontaram completamente o elenco desta temporada e estão montando um grupo do zero. A partir de 04/12, quando está marcada a apresentação, é que saberemos quem desses virá como titular e quem terá como missão apenas compor elenco.
O problema é que jogador contratado de fora do Estado já conquista, de imediato, uma “aura” de titular, de alguém que vem para “resolver”, mas não pode ser assim. A grande sacada em tempos bicudos é montar um grupo em que todos possam estar em pé de igualdade, seja de onde vierem. Principalmente porque o clube não tem dinheiro para trazer aquela “espinha dorsal” de outrora, com atletas diferenciados, titulares absolutos. A situação financeira remista não permite isso.
Trabalhar com um grupo homogêneo é a melhor pedida, pois o nível não pode cair assustadoramente em caso de lesões ou suspensões. O que os dirigentes precisam ter em mente na hora de contratar é apenas ficar acima da mediocridade e isso se consegue conhecendo o mercado, algo que, em 2017, passou longe de acontecer. É onde entra a perícia esperada de Zé Renato, executivo azulino. Ele foi trazido para isso e é necessário, neste primeiro momento, dar um voto de confiança a ele.
Um detalhe positivo é o discurso do técnico Ney da Matta, ao afirmar que “não vai trazer jogador medíocre”. É uma declaração forte e que, ele pode ter certeza, vai martelar durante todo o seu trabalho à frente do Leão, pois a torcida é reconhecidamente, uma das mais exigentes que se tem notícia. Espera-se que ele cumpra a palavra.
Diário do Pará, 23/11/2017