Manoel Ribeiro
Manoel Ribeiro

Membro da comissão de futebol do Clube do Remo, ao lado de Marco Antônio Pina, Sérgio Dias e Paulinho Araújo, o deputado Milton Campos é um dos responsáveis por fazer os acordos e negociações com os atletas sobre a dívida azulina. O dirigente procurou a imprensa após a confirmação da paralisação para falar em nome da direção e afirmou que recebeu a notícia com surpresa.

“A intenção da diretoria era pagar junho aos jogadores. Eles nos pediram que fizéssemos um esforço para quitar o mês de abril dos funcionários. A diretoria trabalhou incansavelmente para antecipar royalties e algumas coisas para não chegar só com vales na mão. Fomos surpreendidos pela notícia que o grupo só treinaria se a diretoria estivesse lá. Acredito que esse não é um caminho para se negociar”, comentou Campos.

O dirigente fez um apelo que atletas e direção se reunissem e, após uma conversa, retornassem às atividades pelo bem do próprio clube, que ainda tem chances de se classificar e arrecadar bem mais na competição.

“Para sonhar com o acesso, vou citar algo que o (ex-técnico) Cacaio acertou conosco na Série D de 2015: o que o time arrecadasse, era pra pagar todo mundo. O Remo não está lucrando um real sequer. Tudo está sendo usado para pagar funcionários e jogadores. O Remo está focado em pagar suas dívidas”, afirmou o dirigente.

Campos disse ainda que da arrecadação do jogo contra o Confiança (SE), pouca coisa permaneceu com o clube após os descontos de gastos com a partida e bloqueio da Justiça do Trabalho. “Todo mundo sabe que boa parte das rendas é bloqueada pela Justiça do Trabalho”, comentou.

Procurado para dar sua opinião sobre o fato, o presidente azulino Manoel Ribeiro afirmou que não tinha informações dos fatos ocorridos no Baenão.

“Passei o dia na Sede Social, fiquei sabendo pela imprensa e amigos que os jogadores não treinaram, mas ainda não tive maiores informações. Até por isso prefiro não me manifestar sobre o tema”, comentou o dirigente, que pretendia primeiramente conversar com sua diretoria de futebol.

Manoel afirmou que entende que a paralisação foi pela falta de pagamento. “A questão é sempre o dinheiro, mas é muito difícil fazer futebol sem dinheiro. Nesse último jogo, a Justiça retirou R$ 118 mil da renda. Todo jogo é assim e não sobra muita coisa”, comentou.

Perguntado sobre os salários atrasados e a folha vencendo, Manoel, com franqueza, afirmou que, na prática, a folha salarial “não tem dia para vencer” no Remo. “O pagamento vem quando é possível. A dificuldade financeira está aí há muitos anos e todos fizeram da mesma forma”, alegou.

Diário do Pará, 09/08/2017

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