Nas rescisões contratuais do Remo, realizadas em setembro, ficaram débitos trabalhistas em programação de pagamento. Que acertos foram esses? Antônio Miléo Júnior, que estava definindo termos para a direção autônoma do futebol azulino, junto com Milton Campos, mas desistiu por não ter mais como confiar no presidente Manoel Ribeiro, garantiu que não há promissórias.
Segundo informou, os acordos foram verbais, com quase todos os pagamentos a partir de janeiro, quando o clube passará a ter fluxo financeiro. A questão, agora, é se o clube vai honrar os compromissos ou dar margem para ações na Justiça do Trabalho.
Um caso à parte é do goleiro Vinícius, o único dos importados que o Remo fez questão de manter. Ao negociar o novo contrato, Vinícius recebeu os salários pendentes do período trabalhado e renovou com um discreto reajuste. Para os jogadores regionais que vão permanecer, a base salarial é praticamente a mesma.
O que vai acontecer no Leão daqui para frente é uma grande incógnita. Afinal, não se sabe quem vai comandar o futebol e nem mesmo se Manoel Ribeiro segue na presidência ou será destituído pela Assembléia Geral, por irregularidades na contabilidade em sua gestão.
Em 2015, quando era presidente em “mandato tampão”, após a renúncia de Pedro Minowa, Manoel Ribeiro propôs que o futebol do Remo tivesse comando autônomo na Série D. A autonomia só durou até o acesso, quando o presidente cassou a autonomia dos diretores e tomou para si as decisões sobre a renda do jogo contra o Botafogo (SP), e parte dela foi levada da sede por assaltantes.
Aquela atitude, reafirmada por outras bem recentes, desencoraja as mesmas pessoas a assumirem o futebol sob nova promessa de autonomia. Ainda assim, Milton Campos avalia e admite a possibilidade de assumir, mesmo sem Miléo Júnior, com decisão definitiva prometida para esta quarta-feira (18/10).
[colored_box color=”yellow”]Faltam 2 semanas para o tal assalto à sede do Remo completar 2 anos, dia 01/11. A polícia não esclareceu nada no inquérito, os criminosos seguem impunes e o fato virou folclore, com a assinatura de Manoel Ribeiro, o mesmo presidente que já havia assinado a perda do Posto Azulino, em 1985, entregue à Petrobrás em pagamento de dívidas contraídas de forma irresponsável. Enfim, quem elegeu Manoel Ribeiro na eleição passada devia saber em quem estava votando e quais seriam as consequências.[/colored_box]
Coluna de Carlos Ferreira, O Liberal, 18/10/2017