Foi preciso arrojo e coragem por parte do técnico Waldemar Lemos para que o Remo chegasse à vitória, no sábado (06/08) à noite, contra o River (PI). O gol veio aos 29 minutos, quando já batia certo desespero entre os remistas, jogadores e torcedores. Após cobrança caprichada de escanteio por Eduardo Ramos, João Victor subiu muito bem, com estilo, para desviar a bola no canto direito de Nailson.
O gol resultou de uma providência tomada por Waldemar Lemos diante das dificuldades ofensivas. Sacou o volante Lucas Garcia, optando por mais um armador (Hériclis) no meio e abrindo um pouco o setor de marcação em nome da ofensividade. Acabou premiado com o triunfo, que deixa o Remo bem situado na tabela de classificação da Série C.
Cabe registrar que a estratégia inicial, de aproximação de Wellington Saci da linha de frente e posicionamento mais adiantado de Eduardo Ramos, não resultou em gols por excesso de ansiedade.
Em situação normal, o Remo teria estabelecido vantagem ainda no primeiro tempo, mas a pressa em marcar levou a um relaxamento final que permitiu contragolpes perigosos ao River (PI). Fernandinho, como terceiro homem da linha de 3 no meio-campo, destoava de Eduardo Ramos e Marcinho. Jogava com a inconstância de sempre. De cabeça baixa, insistindo em manobras improdutivas e sem colaborar com a marcação.
O gol remista custava a sair e o visitante naturalmente foi se fortalecendo e ganhando confiança. Chegou mesmo a ensaiar ataques mais agudos no começo do segundo tempo, explorando o nervosismo dos azulinos.
Por sorte, a dupla Max e Henrique voltou a atuar muito bem, contando ainda com a segurança de Fernando Henrique, que vive seu melhor momento como titular do gol azulino.
É fato que a afoiteza nunca foi boa companheira e o Remo até já pagou caro por isso nesta Série C. Logo na estreia em Belém, perdeu para o ASA (AL) por exagerar nos passes precipitados e nas tentativas de chegar rapidamente ao gol. Contra o River (PI), esse pecado ia se repetindo.
A coragem de abrir o meio-campo na etapa final também lembrou os riscos que o time correu naquela ocasião, ainda sob o comando de Marcelo Veiga. A diferença é que agora há um esquema bem definido, com defesa, meio e ataque bem conectados.
A partir dessa condição, Waldemar fez uma modificação estrutural que deixou o time mais vulnerável mas, ao mesmo tempo, muito mais ofensivo, principalmente com a entrada em cena de João Victor, um especialista no jogo aéreo.
Foi pelo alto que o Remo resolveu seus problemas, faturou mais 3 pontos e chegou à vice-liderança na classificação. Matematicamente, fica faltando somente 1 ponto para garantir permanência na Série C e mais 7 para confirmar sua classificação ao mata-mata, onde vai brigar pelo acesso à Série B.
Blog do Gerson Nogueira, 08/08/2016