Waldemar Lemos
Waldemar Lemos

Waldemar Lemos parece ser adepto das soluções simples. Para a partida contra o Cuiabá (MT), já confirmou o retorno de Yuri ao meio-campo, depois da sentida ausência – por suspensão automática – no jogo contra o América (RN) e efetivou o meia Marcinho como companheiro de Eduardo Ramos no setor de criação. Soluções práticas e que atendem às necessidades imediatas do Remo.

Aliás, por essas e outras, o técnico vem surpreendendo positivamente. Chegou cercado de desconfiança, pois seus trabalhos recentes não recomendavam euforia. Tudo bem que terminou como vice-campeão estadual pelo Anápolis (GO), mas o futebol goiano há muito tempo que não é referencial para ninguém. A cisma vinha dos tempos de Flamengo (RJ), quando teve uma excelente chance de alavancar a carreira e acabou fracassando.

Bons profissionais mostram seus trunfos nos treinamentos do dia a dia, no trabalho direto com os atletas e nos resultados alcançados pelos times. No Baenão, após 3 semanas de trabalho, cresce o respeito pelo novo treinador. Todos reconhecem que o elenco de jogadores tem recebido orientações preciosas, sendo submetido a exercícios que contribuem verdadeiramente para bons resultados – alguns já visíveis no desempenho do time diante de Fortaleza (CE) e América (RN).

Há quem compare as práticas ministradas por Lemos com o estilo de seus antecessores, Leston Júnior e Marcelo Veiga. A diferença, segundo testemunho de quem acompanha os treinos, está até na forma de tratar os atletas. Leston chamava atenção quando uma jogada saía errada, mas era mais comedido. Veiga gostava de ralhar em voz alta, sempre com muitos palavrões pelo meio.

Ambos não eram adeptos de treinamentos mais específicos, com divisão de espaço e tarefas entre os jogadores. Preferiam ficar no chamado feijão-com-arroz, administrando treinos coletivos que mais parecem rachões.

Com Lemos a história é outra. Ele prefere distribuir os jogadores por setores, explica pacientemente o que espera e interrompe o treinamento sempre que vê alguma incorreção. Coincidência ou não, o Remo passou a ter mais tranquilidade quando detém a posse de bola nos jogos.

Antes, era um time sobressaltado, com claros sinais de impaciência e baixo nível de confiança em suas próprias potencialidades. Isso ficou evidente nos 3 jogos iniciais em Belém – ASA (AL), Botafogo (PB) e ABC (RN) – e principalmente nas vitórias contra Confiança (SE) e River (PI), fora de casa.

Aos poucos, sem gritos ou ralhos, Waldemar Lemos vai operando uma pequena transformação no Baenão. Se ninguém atrapalhar, pode fazer com que o elenco, que é um dos melhores da Série C, ganhe o apetite competitivo que faltou na primeira metade da competição. O jogo contra o Cuiabá (MT) , nesta segunda-feira (25/07), pode consolidar de vez essa realidade.

Blog do Gerson Nogueira, 24/07/2016