André Cavalcante
André Cavalcante

O presidente do Clube do Remo, André Cavalcante, concedeu entrevista coletiva à imprensa na manhã desta terça-feira (09/08), para comentar sobre o cancelamento do treino do futebol profissional na tarde da última segunda-feira (08/08) por conta de salários atrasados. Os jogadores se reuniram com a diretoria, que tentou pagar 50% do mês de junho, mas o elenco não aceitou, pois tinham recebido a promessa de que seria quitado o valor integral.

“Houve uma conversa dos jogadores com a diretoria. Foi sobre a questão salarial. O clube hoje deve somente o mês de junho, íamos pagar 50%, mas eles não aceitaram e pediram um esforço maior para pagarmos o mês todo. O mês de julho está para vencer ainda. O fato de termos ficado de fora das finais do Campeonato Paraense e Copa Verde fez com que perdêssemos mais de R$ 1 milhão que iria entrar nos cofres do clube”, comentou Cavalcante.

“As dívidas trabalhistas também nos afetam. Todos os patrocínios e 30% da renda os jogos vão para a Justiça. Só nisso, já foram mais ou menos R$ 3 milhões. Se não tivesse isso, íamos estar com as folhas em dia. Até quinta-feira (11/08) vamos quitar o salário do mês de junho e, a partir do jogo contra o Confiança (SE), pagar julho”, disse o presidente.

Com prejuízos financeiros, a diretoria busca novos meios para resolver a situação do clube. Voltar a mandar jogos no Baenão seria uma opção de redução de custos, já que no Mangueirão, onde o Remo está realizando os seus jogos na Série C, as despesas com serviços, junto com o aluguel, chegam a custar até R$ 100 mil.

“O projeto #SouBaenão não está parado, só redimensionamos. Com a resposta que o torcedor deu no jogo contra o River (PI), entendemos que não teríamos capacidade de fazer esses jogos no Baenão, já que não suportamos um público de 20 mil. Teríamos que aumentar o valor dos ingressos para R$ 70 se quiséssemos ter (no Baenão) a mesma renda de um jogo no Mangueirão. Então, nosso estádio vai receber jogos só ano que vem, no Campeonato Paraense”, completou.

Nos últimos anos, a torcida azulina se tornou a maior garantia financeira do clube com as rendas geradas nos jogos. A diretoria remista vem lançando projetos alternativos junto aos torcedores como forma de arrecadar recursos.

“A única coisa que pode impossibilitar o acesso do Clube do Remo, com todo respeito aos adversários, é a situação financeira, a questão salarial. Isso sempre foi claro, mas estamos buscando resolver isso com parceiros do clube. Vamos lançar um projeto chamado ‘Cem Leões’, que será com 100 torcedores do Remo, onde cada um vai doar R$ 1 mil por mês durante 12 meses.

O vice-presidente, Fábio Bentes, adiantou que, para os próximos confrontos do clube como mandante na Série C, os ingressos sofrerão reajustes. A arquibancada irá passar a custar R$ 40 e as cadeiras R$ 60.

Globo Esporte.com, 09/08/2016