Remo 1x1 PSC
Remo 1x1 PSC

Antes de iniciar a partida, jogadores de Remo e Paysandu subiram ao gramado do Mangueirão com camisas que pediam a doação de sangue aos hemocentros do Estado. Em campo, metaforicamente, foi bem o que aconteceu. Os atletas encarnaram espíritos guerreiros e travaram uma luta incessante pela vitória, tendo a chuva com mais um adversário.

Melhor para os bicolores que, após empate em 1 a 1 no tempo regulamentar, venceram por 4 a 1 nos pênaltis e comemoraram o título da Taça Cidade de Belém, o primeiro turno do Campeonato Paraense. Com isso, o Paysandu já está garantido na Taça Açaí, a grande final do Estadual. O segundo turno começa oficialmente no próximo sábado, dia 12/03. O Paysandu recebe o São Francisco em casa, enquanto o Remo volta a jogar apenas no domingo, 13/03, contra o Paragominas, na Arena Verde.

A partida começou com as equipes tendo posturas opostas. O Paysandu mantinha mais a posse de bola, enquanto o Remo, até pela formação mais defensiva, congestionava o meio de campo para desarmar o adversário e engatilhar rapidamente contra-ataques, buscando seu único homem de frente, o atacante Ciro.

Passados os 10 primeiros minutos, os azulinos equilibraram a posse, mas a ausência de um segundo jogador de ataque prejudicava a saída de bola do time, que não tinha em campo uma opção de velocidade. Assim, ficava fácil para os bicolores recuperarem a bola, pela superioridade numérica em sua defesa. Enquanto isso, a transição alviceleste era lenta, prejudicada, provavelmente, pela falta de ritmo de jogo do meia Marcelo Costa, o principal articulador de jogadas do time neste domingo, 06/03, que substituía o suspenso Celsinho.

Com um duelo pesado no meio de campo, dificultado ainda mais pela chuva, foram poucas jogadas de perigo nos primeiros 45 minutos. No Remo, a principal jogada aconteceu aos 25′. Levy pegou sobra na entrada da área, chutou muito forte de perna esquerda, Emerson não conseguiu segurar e Ciro recebeu livre dentro da área, mas o goleiro bicolor fez grande defesa e evitou o gol do Leão.

Aos 30′, os bicolores tiveram melhor sorte. Marcelo Costa cobrou falta na ponta esquerda e Eduardo Ramos acabou desviando a bola contra a própria meta: 1 a 0, o 6º gol em jogada de bola parada da equipe no Parazão.

O revés no placar fez o técnico Leston Júnior mexer na sua equipe ainda no primeiro tempo. Levy retornou a sua posição de origem, a lateral-direita, e Murilo – que já tinha cartão amarelo e apresentava dificuldades na marcação – deixou o campo para a entrada de João Victor, que passou a fazer a lateral-esquerda. A equipe insistia em ligações diretas da defesa ao ataque, jogada que se mostrou pouco eficiente.

Na volta do intervalo, o Paysandu começou o jogo mais recuado e o Remo avançou suas linhas de marcação para pressionar mais a defesa bicolor. A equipe azulina começou a investir mais nas subidas de seus laterais e tomou a rédeas da partida. Eduardo Ramos quase se redime e iguala o placar aos 9 minutos, chutando de fora da área.

Para aumentar seu poder ofensivo, Leston Júnior sacou o meia Marco Goiano para a entrada de Welthon, que passou a ser o homem de referência do Remo, deixando Ciro flutuando pelo ataque. A ideia era manter mais tempo a bola no campo bicolor. Os azulinos mantiveram a pressão na frente, porém a principal arma do Leão Azul passou a ser os avanços de João Victor pela esquerda.

Vendo seu time em risco, Dado Cavalcanti renovou o setor de ataque do Paysandu com as entradas de Leandro Cearense e Bruno Veiga, tirando de campo Marcelo Costa e Betinho. As mexidas tinham o intuito de soltar mais a equipe e reduzir a pressão sofrida pela defesa, dando, também, mais velocidade ao time para contra-ataques. Fabinho e Bruno passaram a jogar bem abertos, com Raphael Luz mais recuado e Cearense na referência. A estratégia funcionou e trouxe novamente equilíbrio à partida.

A história do clássico começou a mudar aos 35 minutos. Uma poça d’água atrapalhou o goleiro Emerson, que acabou derrubando o atacante Welthon dentro da área. Como já tinha cartão amarelo, o camisa 1 do Paysandu acabou expulso de campo. Seu reserva, Marcão, entrou em campo no lugar de Fabinho. Na cobrança da penalidade, Eduardo Ramos marcou e deixou tudo igual: 1 a 1.

Após o gol, o time azulino não conseguiu tirar vantagem da superioridade numérica. O Paysandu manteve o jogo equilibrado e quase voltou a tomar a frente do placar aos 47′, mas Raphael Luz chutou para fora da entrada da área. Passados apenas 4 minutos de acréscimos, o árbitro Joelson Nazareno Cardoso encerrou o tempo normal do Re-Pa, que foi para as cobranças de pênaltis.

Os jogadores do Paysandu mostraram mais tranquilidade. Leandro Cearense, Bruno Veiga, Augusto Recife e Raphael Luz converteram, enquanto, pelo lado do Remo, Eduardo Ramos foi o único que acertou a cobrança. Léo Paraíba e Ciro pararam nas mãos do goleiro Marcão, dando o título da Taça Cidade de Belém para os bicolores.

Globo Esporte.com, 06/03/2016