Luiz Carlos
Luiz Carlos

O noticiário da semana sobre os preparativos do Remo para a decisão de domingo (18/09), contra o América (RN), revelava uma dúvida sobre a escalação de Edno, que se recupera de lesão. É provável que o principal atacante azulino seja confirmado para o confronto, mas a situação traz à tona um fato curioso dentro do Baenão e confirma o excessivo poder que os clubes regionais costumam dar a seus treinadores.

O reserva natural para o comando do ataque seria Luiz Carlos “Imperador”, que disputou o Parazão e a Copa Verde com bom aproveitamento e tem características muito parecidas às de Edno, exercendo o papel de pivô. Ocorre que o atacante está fora dos planos do técnico Waldemar Lemos, que nunca sequer o relacionou para jogos da Série C.

Tudo motivado, segundo rumores oriundos do próprio estádio Evandro Almeida, por um antigo desentendimento entre Waldemar e Luiz Carlos, que teria ocorrido em outro clube. Não se tem confirmação dessa rusga e se a desavença foi mesmo tão séria quanto parece.

De todo modo, é inaceitável que por um motivo banal – e de natureza particular – o Remo possa ser prejudicado justamente no momento em que busca alcançar a disputa de mata-mata e a chance de obter o acesso à Série B. Um técnico é tão empregado do clube quanto os jogadores. Está – ou deveria estar – a serviço dos interesses da agremiação que o contrata.

Um problema pessoal não pode jamais se sobrepor às necessidades do clube. O fato é que, caso Edno seja vetado, o Remo tem no elenco um jogador que poderia exercer a mesma função tática. Vale dizer que Luiz Carlos continua a receber salários normalmente, mas por decisão do treinador, não pode exercer seu trabalho. Com isso, virou “hóspede de luxo”.

Situação parecida com a de Magno, outro atacante de ofício, esquecido por completo no Baenão, um dos melhores atacantes no Estadual, com boa movimentação na área e pelos lados. Curiosamente, Magno não teve uma oportunidade de atuar como titular ao lado de Edno, enquanto Fernandinho é prestigiado mesmo enfileirando atuações bisonhas.

Flamel vive situação menos pior, mas também sem chances de mostrar a que veio. Além da habilidade para manobras junto à área adversária, o meia-atacante é um dos maiores especialistas em cobranças de falta do futebol paraense, com excelente índice de aproveitamento. Na reta final de disputa da Série C, é um trunfo muito valoroso para ser ignorado ou subaproveitado.

Blog do Gerson Nogueira, 17/09/2016