Josué Teixeira
Josué Teixeira

Josué Teixeira foi anunciado como novo comandante azulino no dia 05/12, logo após a eleição de Manoel Ribeiro como presidente azulino para o biênio 2017/18. O treinador recebeu a missão de montar um time barato e, principalmente, eficiente.

A partir desta segunda-feira, 02/01, o Leão retoma às atividades para que tenha um ano de 2017 muito melhor que 2016. Nesta temporada que se inicia, os azulinos jogarão Campeonato Paraense, Copa Verde, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro da Série C.

Como tem sido o início de trabalho no Remo?

Tem sido bom. Término de eleição e início de uma nova gestão, com ajustes financeiros e com um planejamento muito claro, de poucos investimentos e muito trabalho de base. Isso nós fizemos, avaliamos vários jogadores. Vamos ter uma média de 20 jogadores da base e locais, e mais 6 ou 7 de fora. É leitura do mercado, é aquilo que necessita para hoje. Contando que era desejo meu trabalhar no clube.

Com um time recheado de garotos, como conversar com eles para aguentar a pressão?

É necessário que esses jogadores tenham mais competições na base, joguem mais jogos. Eles jogam em média 20 vezes por ano, quando seria bom que jogasses 60, 80 vezes. Isso é um fato, mas temos um grupo com jogadores locais que tem experiência e rodagem em outros clubes, que vai servir de suporte para esses meninos fazerem essa transição para um clube grande como é o Remo.

Os jogadores que são “de fora” chegam para ser titulares? Qual a chance dos garotos?

Não tem questão de ser titular ou reserva. São jogadores para compor um grupo e ajudar a gente. A decisão de jogar ou não jogar depende muito do rendimento deles no trabalho. Por isso que falo: não tenho problema de idade, de ser jogador local ou de fora. Tem que ter rendimento para poder jogar. Se um jogador jovem tiver condições de jogar e suprir as necessidades, ele vai jogar. Não tenho isso de idade, trabalho com jogador de futebol profissional. Se ele assina um contato e está participando de um plantel, ele pode jogar a qualquer momento.

O Remo trabalha com um orçamento de R$ 300 mil, isso é suficiente para se montar uma boa equipe?

Podemos usar uma referência do ASA (AL). A folha deles não chegou nem a R$ 100 mil e chegaram ao mata-mata da Série C. Isso é muito relativo. Depende muito do grupo de jogadores que você tem, do comprometimento, daquilo que você pode fazer. Hoje, o futebol está muito nivelado. Se você estiver uma boa estrutura de trabalho, jogadores comprometidos, uma organização interna, você tem condição de brigar. A Chapecoense (SC) foi um exemplo na Série A. Temos vários exemplos. Se você tiver uma estrutura bem organizada, independente de valores, você consegue obter o resultado.

Como você conversa com a diretoria sobre o pagamento em dia dos salários de jogadores e funcionários do clube?

Isso é uma questão muito da diretoria. O presidente está se esforçando. Já pagou o 13º salário dos funcionários, parte dos atrasados, em menos de 1 mês de gestão. A gente sabe que é uma dificuldade, mas que não vai ter problema, não. A gente está confiando muito no presidente e na diretoria do clube.

Como você vê a pressão sobre o Remo para 2017?

A pressão no Remo sempre é grande e acho que a gente não tem que usar o parâmetro do Paysandu. Temos que fazer o nosso trabalho, independente de uma comparação com o adversário. O que vai acontecer, a gente aguarda um 2017 bom e que a gente tenha o resultado positivo. Assim é o futebol.

O Remo faz um projeto ousado, com garotos e atletas locais. Em caso de um tropeço, como segurar a pressão e a cobrança da imprensa e da torcida?

Futebol é resultado. Você faz um planejamento e se ele demora a acontecer… Se a diretoria tiver certeza no que está querendo, e me parece que é isso, clareza nos objetivos, a gente vai suportar qualquer início ruim. Quando você não está consciente e seguro daquilo que você está planejando, vai dar problema. Acredito muito no que estão falando para mim, no projeto. A torcida pedia um time cabano, a imprensa pedia isso, a diretoria pediu, e acho que é o momento. Montar um time com 5, 6 jogadores de fora é um caso até histórico no Remo. A gente espera que todos tenham paciência e compreendam o trabalho. Até para você não queimar uma safra inteira de jogadores da base e nem de jogadores locais.

Além dos amistosos marcados para janeiro, como será a preparação do Remo até a estreia no Parazão?

A princípio, vamos trabalhar direto em Belém. Porque o custo é alto de se fazer uma pré-temporada. Temos todo o trabalho da semana inicial, vamos fazer as avaliações. Em seguida, começaremos os trabalhos em tempo integral para até o primeiro amistoso, para já termos uma equipe bem definida.

O que você espera de 2017 no comando do Clube do Remo?

Espero que a gente tenha êxito nas decisões, que a gente consiga fazer um grande Campeonato Paraense. Que a gente consiga passar de fase na Copa do Brasil, chegar na final da Copa Verde e que a gente consiga o acesso à Série B, que esse é o principal objetivo da temporada. Quando a gente vai para um clube grande, a gente tem que pensar grande e não pode ser diferente no Clube do Remo.

Diário do Pará, 31/12/2016