Ciro
Ciro

O atacante Ciro chegou ao Clube do Remo e logo na sua estreia marcou 3 gols diante do Águia, criando uma grande expectativa na torcida. Um novo ídolo havia chegado? Não foi bem assim. Ao longo dos jogos, assim como toda a equipe azulina, ele caiu de produção sob o comando de Leston Júnior e depois durante a era Marcelo Veiga.

Agora, desde a chegada de Waldemar Lemos ao Leão, Ciro está mais feliz e, consequentemente, seu futebol voltou a crescer, junto com o de seus companheiros. O jogador sofreu uma lesão no tornozelo direito e por isso não jogou contra o River (PI), mas segue firme no tratamento e, apesar de todos estes problemas e de não marcar um gol desde abril, o jogador vem em um bom momento e espera ajudar o Leão a subir, independente de balançar ou não as redes.

Sua estreia com 3 gols diante do Águia criou uma expectativa muito grande na torcida?

Nós, jogadores, somos profissionais e a gente vive em um mundo muito diferente da torcida. A torcida age pela emoção, pelo coração e acaba criando uma expectativa, mas a gente vive dentro de uma bolha, no meu ponto de vista. Então, a gente tem sempre o pensamento de estar trabalhando. Claro que, no primeiro jogo, fiz 3 gols e a torcida ficou bastante feliz e esperou muita coisa, mas quando cheguei aqui no Remo, a primeira coisa que falei foi em ajudar a equipe do Remo. Não prometi gols. Independente de quem fizer gols, o mais importante é honrar a camisa do Remo, então é isso. Tenho consciência e tranquilidade, no meu ponto de vista, do que venho fazendo até agora aqui no Remo.

Por que ao longo dos jogos você foi caindo de produção?

Como estava sendo destaque, todo mundo ficou visando isso daí, mas caí de acordo com o time. O time caiu um pouco de produção e isso é normal. Acho que o time todo caiu de produção e não foi só o Ciro. Isso é normal no futebol. Vinha jogando e fazendo gols, jogando como um 9, então com a mudança durante os jogos, acabei mudando de posicionamento. Acabei ficando longe do gol, em outra posição dentro de campo. Como falei, muita gente não tem leitura e consciência do que aconteceu.

O que mudou com a chegada do treinador Waldemar Lemos?

Primeiramente, todo mundo sabe que não gostava do Marcelo Veiga e ele não gostava de mim. Isso é claro. Não gostava dele, então vinha desanimado trabalhar aqui, estava péssimo, queria ir embora daqui, mas ainda bem que ele que foi embora. Com a chegada do Waldemar, pude mostrar meu trabalho, com humildade, trabalhar com honestidade. Não tenho “rabo preso” com ninguém, acho que por isso que o Marcelo não gostava de mim. Se tivesse queda de rendimento com ele, seria normal, mas acho que nem foi queda de rendimento, eu mesmo que não estava satisfeito de estar aqui trabalhando ao lado dele. Então, foi uma vida nova com o Waldemar. Pude voltar a trabalhar normalmente, com simplicidade e humildade. Graças a Deus, com muito trabalho, consegui, junto com o time, reformular o trabalho que a gente tinha que fazer no campeonato.

Como você lida com a pressão da torcida?

Não vejo pressão, isso aqui é tranquilo. Isso é de menos. Não ligo para isso. Se fosse ligar para isso, teríamos que excluir as redes sociais. A gente é pessoa pública e nem olho os comentários direito. Isso é normal. Um dia é elogio, no outro é crítica. Isso é normal.

Como está a recuperação da lesão?

Foi uma lesão complicada, por um lado. Estou chateado, mas na verdade, nem tanto, porque se for parar para pensar, tive muita sorte. Poderia ter quebrado a perna, mas graças a Deus não aconteceu, porque seria muito pior. Tive uma torção e no tornozelo tem muitos ligamentos, uma parte delicada, dolorida. Já tive algumas lesões em cima, o que acaba complicando um pouco. Então está sendo um trabalho devagar, com calma, porque tenho que voltar 100%. Não adianta voltar 90%, porque quem estiver jogando precisa estar 100%.

Diário do Pará, 07/08/2016