Eduardo Ramos
Eduardo Ramos

O Remo, ainda estremecido com sua torcida pela desastrosa campanha no Parazão 2016, tem nova chance de remissão dos pecados, na noite desta quarta-feira (13/04). O adversário não podia ser mais desafiador neste momento. O jogo com o Vasco (RJ), do meia Nenê, invicto há 19 jogos e líder do Campeonato Carioca, pode marcar o começo de uma nova era para os azulinos.

Caso consiga jogar em velocidade, caprichando na marcação e reduzindo espaços, o time de Marcelo Veiga tem alguma possibilidade de surpreender o visitante. Jorginho arma seu time mais ou menos dessa forma, com um meio-campo brigador e apostando nas manobras de Nenê no setor de criação.

O ataque abusa dos chuveirinhos, raramente arriscando jogadas mais tramadas. Como se vê, o Vasco (RJ) é um bom time, mas não apresenta nenhuma novidade em relação ao que fazem 9 entre 10 times nacionais.

Apesar da vitória de 1 a 0 sobre o Madureira (RJ), no último sábado (09/04), o time vascaíno teve muitas dificuldades para dobrar o adversário, que começou cauteloso e muito recuado, mas aos poucos foi se soltando e no final quase complicou as coisas dentro de São Januário. O placar mais justo teria sido o empate.

É improvável que a estratégia vascaína de agredir o Madureira (RJ) se repita em Belém. De perfil conservador, Jorginho dificilmente vai partir para o ataque logo de cara. Veiga deve mesmo se precaver em relação aos contragolpes, muito mais pelas deficiências de seu time do que pelas poucas virtudes do visitante.

A improvisação de Ítalo na lateral-esquerda expõe novamente o setor de marcação remista, que já vinha apresentando problemas com a presença de Murilo naquele lado. Com Ítalo, o Remo vai apenas se defender pela esquerda, perdendo importante saída para o ataque.

Mais do que nunca, o lado direito, com Levy e Eduardo Ramos, que costuma jogar por esse setor, terá que funcionar muito bem. Sem isso, os atacantes Ciro e Luiz Carlos “Imperador” ficarão isolados, como no jogo contra o Nacional (AM), dependendo de rebotes na área.

Ciro, aliás, é peça fundamental no confronto com a forte zaga vascaína. Pela habilidade e rapidez dentro da área, pode ser decisivo no jogo, mas Veiga não pode submetê-lo novamente ao castigo de voltar para fechar a marcação na lateral-esquerda.

Ao Remo cabe, principalmente, jogar com disposição e entusiasmo, aproveitando a presença do torcedor e sufocando o adversário sempre que for possível. É um jogo difícil, contra um Vasco (RJ) favorito pelo elenco mais qualificado e o histórico de boas partidas em Belém. Apesar disso, o Leão tem chances de êxito.

Coluna de Gerson Nogueira, Diário do Pará, 13/04/2016