Remo 3x1 Operário-PR (Agnaldo, Cacaio, Welthon e Eduardo Ramos)
Remo 3x1 Operário-PR (Agnaldo, Cacaio, Welthon e Eduardo Ramos)

No discurso dos atletas, foi inevitável a lembrança dos vários episódios que expuseram a dificuldade administrativa do clube. O plantel do Clube do Remo teve que conviver com salários atrasados, pressão da torcida e, portanto, um ambiente nem um pouco confortável. No entanto, o esforço dos jogadores e da comissão técnica dizimaram os problemas e, aos poucos, o Leão se credenciou a obter o acesso à Série C, o principal objetivo do ano.

O volante Ilaílson, um dos pilares da equipe montada por Cacaio, emocionou-se ao se deparar com a festa dos companheiros e da torcida. Ele lembrou da própria trajetória no Baenão. “Fui humilhado. Muitos não me queriam aqui. Hoje sou símbolo de raça, de entrega. Estou muito feliz”, comentou.

O zagueiro Ciro Sena, que fez uma partida quase que impecável neste domingo (18/10), teve um discurso relembrando o momento azulino. “Agora, o Remo tem calendário. Foram 10 meses jogando com a faca no pescoço e isso não é fácil”, considerou. Ciro Sena ainda falou sobre a sua recuperação dentro do clube. “Não desaprendi a jogar. Não caí no futebol de paraquedas. Vamos comemorar. Só a partir de quarta-feira (21/10) vamos pensar no Botafogo (SP)”, disse.

O defensor Max, uma liderança técnica e de bastidores do grupo, foi um dos poucos que tiveram um discurso mais sereno. Com a camisa que estampa a frase “Pelo Remo, somos Leões”, Max ressaltou o caráter guerreiro do grupo. “Isso é fruto de trabalho e determinação. Prevaleceu força e conjunto. Dedico esse acesso a família e essa torcida maravilhosa”, comemorou.

Welthon falou sobre o momento em que teve a certeza que seria o titular da equipe, herdando a vaga do suspenso Kiros e barrando o então favorito para ficar com a vaga, Rafael Paty.

“Ele (Cacaio) disse que ia decidir na hora e quando soube que jogaria, disse para mim mesmo: chegou a minha hora. Fui abençoado”, ressaltou. “É claro que foi uma responsabilidade grande. No Remo, a gente joga por muita gente, mas estávamos lutando dia após dia, mesmo com salário atrasado. Uma torcida não pode ficar onde está e ainda bem que colocamos o Remo na Série C”, afirmou o atacante, autor do primeiro gol do Remo no jogo.

Amazônia, 19/10/2015