Paira um imenso ponto de interrogação sobre Val Barreto, atacante que o Remo contratou há 3 anos e que ao longo do tempo caiu nas graças do torcedor. Infelizmente para ele, apenas do torcedor. Sem padrinho forte no Baenão, todos os técnicos que passam pelo clube, de Charles Guerreiro a Roberto Fernandes, incluindo o atual Zé Teodoro, não lhe dão a chance de pelo menos ter sequência no time titular.
Quando entra é sempre na bacia das almas, nos 15 minutos finais, ou quando algum titular se contunde. No ano passado, Roberto Fernandes chegou a afirmar publicamente que o jogador estava acima do peso, com percentual de gordura inaceitável para um atleta.
Curiosamente, sempre que entrou no time, Val Barreto fez bom papel. Não é um estilista da grande área, mas cultiva o estilo trombador, pesado e de chutes fortes de média distância. Sempre se destacou pelas boas atuações diante do Paysandu, fato que ajuda a explicar o carinho da torcida remista por ele. Ganhou até apelido ilustre, “Balotelli do Baenão”, ou “Valotelli”. Nada disso, porém, comoveu os “professores”.
Com Zé Teodoro, sua situação piorou. O técnico solicita a contratação de outro centroavante, embora o jogador não tenha sido testado de verdade até agora, mesmo com a baixa produção ofensiva do time. A rigor, o titular do ataque tem sido Flávio Caça-Rato, que nem atacante de referência é. Rafael Paty entra no decorrer dos jogos, também com baixo aproveitamento.
Em meio a isso, Val Barreto – ao lado de Ratinho – amarga a geladeira e parece fora dos planos. Até mesmo sua dispensa ou liberação para outros times do Parazão chegou a ser discutida pela diretoria há algumas semanas.
Sua permanência (e significância) é questionada, mas o tempo pode conspirar em seu favor. Nas 3 competições que o Remo disputa neste primeiro semestre, certamente chegará o momento em que sua escalação se torne obrigatória.
Blog do Gerson Nogueira, 13/03/2015
