Dizem que mineiro é desconfiado, quieto. Leston Júnior, novo técnico do Remo, chegou à loja do clube localizada em um shopping de Belém, na manhã desta quinta-feira, 03/12, sem grande badalação, quase que como um desconhecido para o torcedor azulino.
Na sua apresentação oficial como técnico para a temporada de 2016, mostrou um estilo calmo, porém, seguro nas suas primeiras declarações. No final, já entrosado com os microfones e a presença em grande número da imprensa local, distribuiu sorrisos e sentiu o calor de uma das maiores torcidas do país.
Entre outros assuntos, Leston falou da primeira experiência em um clube de massa. Com 37 anos e acumulando várias experiências em categorias de base (fato que, aliás, espera agregar no Remo), ele conseguiu o acesso à Série B de 2016 com o Tupi (MG) – sua grande conquista no currículo – e vê no clube paraense a oportunidade de deslanchar de vez na carreira de treinador.
Confira, abaixo, os principais pontos da primeira entrevista de Leston Júnior como técnico do Leão.
Cobrança de um clube de massa
A cobrança vem na mesma proporção que um incentivo. Vejo isso de forma positiva, não como exigência, é do futebol, e não depende do tamanho da torcida. Isso é um sinal de que posso ter muito apoio com o campo cheio, com a equipe sendo conduzida pelo torcedor. Trabalhar com essa torcida aumenta a expectativa de que as coisas possam acontecer da melhor maneira possível.
Trabalho nas categorias de base
Estamos chegando. Temos que ver todo o procedimento do profissional e como podemos conduzir isso com a base, uma das vertentes de um clube de futebol. É preciso ser visto com carinho, com cuidado para conduzir da melhor maneira possível. Temos que ter foco nas competições que vêm pela frente, com o maior objetivo sendo o acesso à Série B. No dia a dia vamos procurando, com a experiência que tenho trabalhando em divisão de base, contribuir com o crescimento do Remo.
Contratações
A gente está conversando sobre contratações com a direção. O clube tem pessoas capacitadas que estão conduzindo muito bem essa situação. Estamos trabalhando desde quinta-feira (26/11) com o objetivo de acertar, elaborando um planejamento para que o Remo se credencie a conquistar as competições do primeiro semestre e chegue sólido na Série C.
Desconfiança do torcedor
Particularmente, quero agradecer, pois tenho recebido manifestações de boas vindas do torcedor. Vejo o futebol passando por uma transformação no sentido dos treinadores emergentes ganhando mais oportunidades e fazendo trabalhos sólidos. É um desafio. Se a desconfiança existe, coisa que não visualizei, não adiantaria apresentar o Guardiola se o resultado em campo não acontecesse. O mercado está abrindo para novas ideias e conceitos. Qualquer profissional do futebol brasileiro tem o objetivo de trabalhar em um clube da dimensão do Remo. Recebi várias propostas da Série B, mas não trabalho em divisão, mas, sim, em instituição. Espero crescer com o clube e alavancar a minha carreira profissional.
Conhecimento do atual elenco
Não é o momento de individualizar, mas conheço os remanescentes, até porque acompanhei alguns jogos do Remo na Série D. Pelo simples fato de continuarem, demonstram a sua capacidade de serviço. Eduardo Ramos dispensa comentários. É um atleta de qualidade, de nível. Vamos torcer para que ele continue para o ano que vem.
Globo Esporte.com, 03/12/2015
