Manoel Ribeiro
Manoel Ribeiro

Embora esteja devendo a folha salarial de junho e só tenha quitado maio na semana passada, o Remo não corre risco de ser punido pelo STJD, com perda de pontos. É que o fair-play trabalhista só foi implantado pela CBF nos regulamentos das Séries A, B e C. Alívio dos azulinos por estarem no campeonato da exceção. Por enquanto, o clube que está em risco de punição é o Santos (SP), na Série A, denunciado pelo Sindicato de Atletas Profissionais de São Paulo.

O caso dos paulistas está mostrando que a CBF fez “teatro” na implantação do fair-play trabalhista, diante das pressões do Bom Senso FC (movimento dos atletas profissionais) e de autoridades de Brasília (DF). Tudo está muito mal explicado. O que deveria tirar o sono de dirigentes de clubes, tende a dar cócegas, como piada de péssimo gosto. No máximo, isso!

Contudo, a Lei de Responsabilidade Fiscal no Esporte está vindo para ajustar o mercado do futebol. Mesmo que não funcione na plenitude, vai produzir avanços significativos, pesando contra os cartolas irresponsáveis, mal intencionados ou simplesmente despreparados.

O Remo sofre no atoleiro pela sucessão de gestões incompetentes. Nas últimas semanas, porém, o clube azulino vem dando bons sinais de soma de esforços, sob comando do presidente do Conselho Deliberativo, Manoel Ribeiro, que está interinamente na presidência do clube, na licença de Pedro Minowa. Com Ribeiro dando expediente integral no clube e impondo autoridade com responsabilidade, as fofocas cessaram e as pessoas compromissadas estão podendo trabalhar.

Apesar desse reconhecimento ao bom trabalho de Manoel Ribeiro e equipe, vale lembrar que na sua última passagem pela cadeira presidencial, na década de 80, o dirigente abandonou o clube em plena crise para cuidar de candidatura a Deputado Federal. Foi pelas mãos dele, em gestão anterior, que o Remo perdeu o terreno do Posto Azulino por dívida com a fornecedora Petrobrás.

Enquanto Ribeiro se esforça para se redimir, Pedro Minowa articula a volta à presidência em investidas jurídicas.

[colored_box color=”yellow”]Protocolado no TRT o plano de recuperação econômico-financeira do Remo, que prevê o pagamento da dívida trabalhista em 10 anos. O documento deve chegar às mãos do corregedor Gabriel Veloso nesta terça-feira (04/08), a quem caberá conduzir a questão entre o clube e os credores nesse novo pacto, que deverá ser definitivo.[/colored_box]

Coluna de Carlos Ferreira, O Liberal, 04/08/2015