Nos últimos 6 anos, desde que o Remo passou a viver a gangorra entre jogar a Série D e não ter nenhum compromisso no segundo semestre, sempre houve revelações da base que foram encarados com um misto de esperança e desdém. O primeiro sentimento é por parte da torcida, o segundo pela diretoria.
Foi assim que valores como Heliton, Jayme, Reis, Rodrigo, Tsunami, entre outros, deixaram o Baenão sem que o clube levasse vantagem alguma. Esse ano, mais uma vez esses jogadores deram as caras, resta saber se serão valorizados terão continuidade.
Considerado a principal joia azulina dos últimos anos, o atacante Rony sofreu tanto com atrasos salariais e falta de cumprimento de alguns acordos que deixou o clube quase de graça. Ao Remo, couberam apenas R$ 321 mil em uma negociação forçada por um grupo de empresários. Ele foi importante na conquista do título, pois esteve em campo na maior parte da campanha, mas no fim, saiu com a torcida olhando-o de viés.
Quem ficou, não fez feio. Pelo contrário. O zagueiro Igor João, o lateral-esquerdo Alex Ruan foram quase sempre titulares. O meia-atacante Sílvio passou a ter mais chances na reta final e, como se espera de um atleta muito jovem, teve altos e baixos. Depois da decisão, ele afirmou o quanto o grupo se preparou especificamente para essa partida.
“Sabíamos do peso que teria esse jogo para a gente. Soubemos trabalhar bem isso, tivemos uma boa atuação chegamos aos gols que nos deram o título”, disse Sílvio.
Porém, de todos, foi o garoto Warian Santos quem deixou a melhor impressão. Que olha para o volante “Ameixa”, magro demais para o seu 1,77m, não espera muito dele. Parece que nunca conseguirá fazer os desarmes que a posição exige, mas com muita velocidade e habilidade, ele compensa essa deficiência que deveria ter sido resolvida ainda na base.
Mesmo com a conquista deste domingo (03/05), o jogador preferiu manter os pés no chão quanto ao que vem por aí. “É um emoção enorme. Agora temos que tentar (subir para) a Série C”, contou.
Com contrato até novembro desse ano, Warian já atraiu a atenção de muitos clubes interessados em um grande valor de apenas 18 anos. Para a torcida, perder mais uma joia que mal teve tempo para mostrar serviço é algo inimaginável.
Amazônia, 04/05/2015
