Remo 4x1 Cuiabá-MT
Remo 4x1 Cuiabá-MT

Decisões são sempre difíceis, mesmo quando um dos lados entra com alguma vantagem. No caso, o Remo tem 3 gols de vantagem, fato que lhe permite perder até por 2 de diferença. Em jogo, a conquista da II Copa Verde. O Cuiabá (MT) mostrou muito pouco no primeiro confronto, em Belém. Levou um gol de pênalti aos 20 minutos e perdeu um zagueiro em consequência disso. Com um a menos, ficou mais vulnerável à pressão remista, terminando por ser goleado – 4 a 1.

Supõe-se que nesta noite a equipe mato-grossense entre mais resoluta e cometa menos erros. Para reverter a diferença, terá que operar um milagre, visto que na atual Copa Verde sempre venceu por placares apertados.

Ainda assim, que ninguém se engane. A final será tensa, dramática e sujeita a muitos sustos para os azulinos. A boa vantagem não pode se tornar uma armadilha. É comum ver equipes que se agarram a um resultado parcial fechando-se na defesa e abdicando de atacar. Agir assim é quase sempre fatal contra adversário do mesmo porte.

As palavras do técnico Cacaio e de seus jogadores indicam que o Remo parece vacinado contra arroubos retranqueiros. Sob a nova direção, o time tem mostrado produção ofensiva satisfatória. Desde a estreia de Cacaio, contra o Atlético (PR), em Belém, o Remo só deixou de balançar as redes inimigas no clássico contra o Paysandu, válido pela primeira partida da semifinal da Copa Verde. No total, o Remo de Cacaio marcou 14 gols e sofreu 6.

Caso mantenha a média, tem boas possibilidades de marcar na Arena Pantanal. Seria um gol valioso e decisivo para as pretensões azulinas, pois dificultaria ainda mais a tarefa dos donos da casa, obrigados a marcar 5 vezes.

É claro que esse cenário deve ter sido aventado por Cacaio e, neste caso, um jogador pode ter papel fundamental: Sílvio, principal velocista da equipe depois da saída de Rony. Talhado para as ações de contra-ataque, pode ser o trunfo para explorar as subidas do Cuiabá (MT) ao ataque. Caso seja lançado nas costas dos laterais, Sílvio pode se consagrar.

O arsenal remista não se resume ao arisco ponteiro. Bismark também é rápido e já mostrou utilidade como segundo atacante, fazendo dupla com Rafael Paty. Este, aliás, é peça-chave na atual configuração do Remo. Oportunista, fez gols nos últimos 4 jogos e vive fase abençoada. Depois do que aprontou no Mangueirão, Ratinho também deve atrair marcação forte, bem como Eduardo Ramos, o organizador do time.

Rafael, Maninho e Nino Guerreiro são os jogadores mais perigosos do Cuiabá (MT). Hábil e rápido, Rafael articula os avanços e finaliza muito bem. Nino Guerreiro joga entre os zagueiros e Maninho é um ala que raramente recua. O time também explora muito o jogo aéreo, aproveitando a envergadura de seus zagueiros e atacantes. Este é o maior risco a ser enfrentado e, se possível, evitado, pelo Leão.

A importância da conquista da Copa Verde é óbvia e justifica todo o clima de ansiedade e expectativa entre os torcedores. Além do título do torneio, o Remo ganhará o direito de finalmente disputar uma competição internacional. Para um clube que ficou 10 anos sem festejar grandes feitos, a noite promete ser histórica e intensa.

Blog do Gerson Nogueira, 07/05/2015