Roberto Fernandes
Roberto Fernandes

Teve início na manhã desta sexta-feira (28/03) a “era Roberto Fernandes” no Clube do Remo. O novo treinador azulino comandou um rápido treinamento com o elenco de jogadores no Baenão e em seguida foi apresentado oficialmente para a imprensa. Ele chega em um momento conturbado, com o Leão sendo eliminado recentemente nas Copas Verde e do Brasil, além de acumular resultados ruins no Campeonato Paraense. A principal missão é acabar com a série remista de 9 jogos sem vitória.

Entre os principais assuntos, Roberto Fernandes fez a sua avaliação do primeiro contato com o grupo de atletas, da cobrança do torcedor em cima dos “medalhões” e sobre o bom momento do maior rival, Paysandu, clube que trabalhou em 2011 e adversário do Re-Pa do próximo domingo. Fernandes não prometeu uma “fórmula mágica” para melhorar o desempenho do time nos próximos jogos, mas acredita na reconquista da confiança do torcedor.

Confira, abaixo, os principais trechos da coletiva de imprensa de Roberto Fernandes:

Primeiro contato com o grupo de jogadores

Temos que trabalhar muito e buscar o caminho certo. O bicho é mais feio do que esperava. Fiquei sabendo que alguns jogadores estão no Departamento Médico e detectei alguns problemas já nesse primeiro treinamento. Mas não adianta reclamar, temos que buscar soluções rápidas.

Mudança de postura do time

Não acredito em fórmula mágica. Só vamos conseguir isso com trabalho, sequência e planejamento. Vamos procurar potencializar as coisas nesse pouco tempo que temos, buscando as correções de maneira rápida. Queremos pelo menos uma mudança de postura nesse um dia e meio que teremos de trabalho para o clássico.

Cobrança em cima dos “medalhões”

Acho que só é cobrado quem tem muito para dar. Conheço parte desse elenco e não acredito muito nessa coisa de “medalhão”. Medalhão tem no Real Madrid e Barcelona, com os jogadores que já estão com a vida feita. Aqui tenho certeza que nenhum jogador vai poder parar agora e vai dizer que está com a vida resolvida. A cobrança do torcedor tem que existir e é normal.

Qualidades do rival

O Paysandu hoje está organizado taticamente. Conheço muitos jogadores que estão lá por ter treinado ou trabalhado contra. Ninguém conquista o sucesso por acaso. O momento deles é melhor em muitos aspectos. Sei do bom trabalho do Mazola, conheço o Papelin, que é meu amigo e acostumado a montar bons times. Eles estão alguns passos na nossa frente. Agora temos que acelerar para ficar de maneira igual.

Acerto com o Remo

Sou movido a desafios. Detesto trabalho morto, monótono. Cheguei no ABC (RN) e evitamos um rebaixamento que era quase improvável. Não gosto de ficar em uma competição morna. Já tinha passado pelo futebol do Pará e deixei o Paysandu de uma forma que não foi certa, uma interrupção no momento em que o trabalho iria dar certo. Quero trabalhar para recuperar esse prestígio.

Trabalho desenvolvido no ABC (RN)

Não tem como repetir aqui no Remo a mesma fórmula usada no ABC (RN). Lá fizemos cinco contratações pontuais e juntamos com mais cinco peças de qualidade que já tínhamos no grupo, fazendo uma equipe vencedora, que se acostumou com a vitória. No Remo não vou poder contratar e vou ter que fazer um trabalho parecido com o que fiz no Náutico (PE), quando nos reforçamos com jogadores de dentro do elenco. Temos que resgatar o futebol do clube e isso só vai acontecer com trabalho.

Clássico Re-Pa de domingo

Adoro clássico, é um jogo diferente, especial. Já vivi vários pelo Brasil trabalhando em Ceará (CE), Fortaleza (CE), América (RN) e ABC (RN). Estou ansioso pelo meu primeiro Re-Pa, até porque sei que aqui tem a sua particularidade, é só ver no dia seguinte a situação do time que vence e do outro que perde.

Cobrança da torcida

Temos que reconquistar a torcida. Gosto do torcedor que critica e vai ao estádio, não daqueles torcedores virtuais, que não apoiam o time. O torcedor do Remo vai nos respeitar mais ainda com os resultados. Não partiu de mim (fechar o treinamento), mas de um problema que teria acontecido que não sei bem explicar. O de amanhã será fechado, é um direito que tenho, para tentar modificar algumas coisas e esperar um time melhor no clássico.

Aproveitamento de jogadores da base

Gosto da base, mas não da forma como é levada por alguns clubes no Brasil. No América (RN) e ABC (RN) revelei cerca de seis jogadores em cada clube, mas vencendo, estando na parte de cima da tabela, não lançando os garotos em uma equipe cheia de problema. Eles não vão resolver o problema do Remo. Quem tem que resolver são os jogadores que foram contratados para isso.

Globo Esporte.com, 28/03/2014