Zé Teodoro e Pedro Minowa
Zé Teodoro e Pedro Minowa

Apesar das mudanças na diretoria e na comissão técnica, o Clube do Remo vai começar 2015 da mesma forma que 2014: sem time, sem série e com uma obrigação imensa de dar uma resposta à sua torcida.

Se no ano que está terminando a aposta foi, primeiramente em um técnico local e depois em um de renome nacional, com Charles Guerreiro e Roberto Fernandes, respectivamente, dessa vez a diretoria pulou etapas e resolveu trazer logo um comandante mais conhecido. Zé Teodoro foi anunciado há duas semanas e será dele a responsabilidade de fazer o Leão Azul se reinserir no cenário do futebol brasileiro.

Se a Série D do Campeonato Brasileiro e o acesso em disputa é o principal objetivo, para chegar a ele o Remo terá que primeiro se dar bem no Campeonato Paraense. Porém, é só uma etapa, bastando lembrar que o título de 2014 foi azulino e isso não foi suficiente para deixar os torcedores satisfeitos, já que no Brasileirão a equipe naufragou quando estava próximo de disputar o acesso.

Contratado bem depois que a maioria dos rivais, Zé Teodoro chegou a Belém com um discurso motivador, dizendo que vinha para conquistar títulos e que o Remo não merecia estar na atual situação. Nada de novo em relação aos últimos que passaram pelo cargo de 5 anos para cá.

“Não vim a passeio e quem vier, vai ser para encarar esse desafio. Quem pensar somente em ter um emprego, não vai ficar e nem ser contratado”, afirmou o treinador.

Vai ser um trabalho de paciência, pois não há nem time para por em campo hoje, o que dizer de um elenco. De férias no interior de São Paulo, o técnico tem monitorado a diretoria na busca por jogadores formar um grupo forte e um time competitivo. As dificuldades são enormes e quase todas respondem pela falta de recursos financeiros.

O clube tem encontrado sérias dificuldades para honrar as contas deixadas pela diretoria anterior e tem que contrabalancear isso com a contratação. Não tem sido fácil fechar com quem interessa. As pedidas são altas em virtude do que o Remo pode oferecer. Muitos jogadores preferem não se arriscar com a ameaça de ficarem mais da metade do ano sem atividade e conviver com atrasos salariais. A saída do clube pode estar em casa. Na base e em jogadores locais. A procura tem sido intensa, assim como as dificuldades.

[one_third last=”no”]Parazão

Com 10 equipes participando, apenas o Paysandu não é ameaça ao Remo. O maior rival do Leão Azul já está classificado para o Campeonato Brasileiro e então, tirando a rivalidade, ele de fato pouco interessa. São os outros 8 times que preocupam. Teoricamente, mesmo com o atraso nas contratações, o Remo ainda assim leva vantagem. Com todas as dificuldades que tem encontrado, ainda tem mais recursos e é um atrativo maior, vide a visibilidade que ainda possui. Junto com o rival bicolor, é o principal favorito ao título, mas a torcida sabe muito bem as dificuldades que vêm por aí.[/one_third][one_third last=”no”]Copa Verde

É um mata-mata e tudo pode acontecer, mas calhou que esse ano o Leão Azul começasse a disputa diante de um time do mesmo nível técnico e jogando a segunda partida fora de casa. Enquanto que o Paysandu inicia sua caminha contra equipes bem mais fracas, como foi esse ano, o Remo vai ter que encarar logo de cara o Rio Branco (AC). As notícias vindas do Acre dão conta que o Estrelão está em situação semelhante, com o planejamento atrasado e montando um elenco. O problema é ter que encarar a volta na Arena da Floresta, onde os clubes paraenses têm poucas boas experiências.[/one_third][one_third last=”yes”]Copa do Brasil

As temporadas recentes abaixo da média custaram muito ao Remo. Pelo atual ranking da CBF, apenas os 5 últimos anos contam e é nele que a Confederação se baseia para formar os confrontos da primeira fase do torneio nacional. Assim como foi ano passado, quando teve na primeira fase o Internacional (RS), ano que vem o adversário será o Atlético (PR). Foi a pior escolha possível. Tecnicamente, o Furacão está muito à frente do Leão, ao passo que o time paranaense não tem nenhum apelo local para levar público.[/one_third]

Amazônia, 28/12/2014