Charles Guerreiro e Agnaldo
Charles Guerreiro e Agnaldo

Agnaldo de Jesus é um dos ex-jogadores mais identificados com o Clube do Remo. Com a camisa do Leão, foi campeão paraense em 1991, 1993, 1994, 1995, 1996 e 1997. Teve a sua consagração com o torcedor azulino em 2004, dessa vez como treinador, com 14 jogos e 14 vitórias, levando o caneco do Campeonato Paraense com 100% de aproveitamento. A primeira experiência do pernambucano na função aconteceu em 1997, quando, junto com o zagueiro Belterra, comandou e jogou ao mesmo tempo, vencendo o Re-Pa por 3 a 1, no último jogo do histórico de 33 partidas de invencibilidade diante do maior rival.

De volta ao Remo 10 anos depois, Agnaldo, também conhecido pelo apelido de “Seu Boneco”, virou auxiliar do então técnico Charles Guerreiro e coordenador de futebol profissional. Após a demissão do treinador, a diretoria decidiu que ele passará a assumir interinamente o elenco no clássico diante do Paysandu, que acontece no próximo domingo, 16/03, pela Copa Verde.

Confira, abaixo, uma entrevista com Agnaldo de Jesus que, entre outras coisas, fala da saída de Charles Guerreiro, revelando que também pediu para deixar o Leão. Ele também fala da expectativa para o Re-Pa e como será o tratamento junto ao elenco.

Demissão de Charles Guerreiro

O momento é difícil. Estamos perdendo um amigo, um irmão que é o Charles Guerreiro. Ele deixou o time praticamente classificado para a Série D e classificado para as Copas do Brasil e Verde do ano que vem. Eu, como funcionário do clube e auxiliar, fui chamado pelo Zeca (Pirão, presidente do clube), para que assumisse até a chegada do novo treinador. A gente vai procurar fazer o melhor possível, da melhor maneira, com transparência, fazendo com que o jogador possa dar o máximo, mais do que já estão dando.

Clássico Re-Pa do próximo domingo

Para mim não é novidade, estamos acostumados, já faz parte da minha vida. Nós temos que ter o fator superação. Os jogadores precisam se doar mais, para que nós possamos dar a volta por cima. Vou continuar trabalhando firme e forte. O meu perfil é de cobrar sempre mais do atleta, a gente sabe que eles sempre podem dar um pouquinho mais. Quero extrair deles tudo o que puder para que, juntos, possamos dar essa volta por cima.

Postura diferente em relação a de Guerreiro com o elenco

Costumo dizer que o príncipe Charles é o “lorde” e eu sou o “jeca”. Você tem que ser amigo do jogador e, ao mesmo tempo, profissional. Preciso mostrar para eles a conduta certa a ser tomada no dia a dia, a postura dele. Acho que o atleta sempre tem que se doar ao máximo. Ele está vestindo um manto sagrado. É em cima disso que vamos trabalhar. Vamos cobrar duro em cima dos atletas.

Possibilidade de ser efetivado como treinador

Não estou preocupado com isso. Quem me trouxe para o Remo foi o Charles, tanto que pedi para sair com ele. Foi o Charles que falou para eu ficar, pela identidade que tenho no clube, pelo respeito da torcida e imprensa por mim. O Pirão também veio falar comigo e, em respeito que tenho por esse clube, pela história, nós ficaremos juntos. Agora, quando chegar o treinador, estou à disposição do Clube do Remo.

Globo Esporte.com, 14/03/2014