Roberto Fernandes e Eduardo Ramos
Roberto Fernandes e Eduardo Ramos

A temporada do Leão Azul já teve 19 jogos no Parazão, 6 na Copa Verde e 1 na Copa do Brasil. Em 26 jogos, nenhuma atuação convincente. A conquista do primeiro turno do Estadual vai salvando a lavoura. É fruto de um período em que o time compensava as deficiências com bravura, em uma correria que passou a não ser suficiente à medida que os concorrentes evoluíram.

Eliminado da Copa Verde e acumulando empates no segundo turno do Parazão, o Remo buscou em Roberto Fernandes um educador tático. No início do trabalho, sinais animadores. Em Tucuruí, domingo, na derrota por 3 a 0 para o Independente, a pior das atuações azulinas, com a desarrumação de sempre e a apatia habitual dos “medalhões” Eduardo Ramos e companhia, já contaminando quem em jornadas anteriores correu por eles.

Roberto Fernandes chegou botando ordem na casa. Mais trabalho, mais disciplina e menos folga. O normal, em todo o trabalho já feito, seria o time ganhar competitividade. Em Tucuruí o time mostrou o contrário. Ficou a impressão de que o Remo está refém dos “medalhões” que, incrivelmente, são mantidos titulares, apesar da improdutividade.

Isso vale para Eduardo Ramos, Leandrão e Thiago Potiguar, como também para Zé Soares, assíduo frequentador do Departamento Médico. Não deixa de ser o caso também de Athos, embora seja desses “medalhões” quem ainda tem lampejos de bom futebol.

No “oba-oba” dos contratações impactantes, o Remo tratou tão mal os frutos da base que liberou Jayme, um dos principais, gratuitamente para o Fluminense (RJ). Os demais ficaram “largados” no próprio clube. Por força das circunstâncias, Rony ganhou uma chance e se destacou.

O fato é que o Remo está refém de jogadores descompromissados com quem fez contratos caros e longos. Como demití-los sem poder indenizá-los? A quem recorrer se tirá-los? Ao fazer as contratações impactantes, o presidente Zeca Pirão se encheu de autoridade para dizer que mandaria embora quem não produzisse. Está em débito com a própria palavra, tanto quanto os “medalhões” estão em débito com o presidente que os contratou.

Coluna de Carlos Ferreira, O Liberal, 22/04/2014