Da área técnica, onde assistiu e gesticulou durante os 90 minutos e mais os acréscimos, o treinador do Remo vibrou como um torcedor de arquibancada a cada gol do seu time. Foram três! Roberto Fernandes batia no peito, virava para o banco de reservas e gritava, comemorando o fim do jejum de vitórias dentro de casa. O que mais chamou a atenção, porém, foi o seu comportamento assim que o árbitro encerrou a partida e a terceira vitória do Remo no Brasileirão foi consumada. Ele fez um movimento com as mãos, como se tivesse espantando algum tipo de má sorte.
Roberto admitiu isso, ainda no estádio Diogão. O aproveitamento azulino em casa, embora esteja jogando em Bragança, distante 210 quilômetros de Belém, incomodava. “Você precisa ser mandante. Acho que nunca tinha sido um mandante tão ruim como estava sendo. Dois jogos, uma derrota e um empate. Dirigi vários outros clubes e meu percentual de aproveitamento, como mandante, era superior a 80%”, lamentou. “Estávamos sendo um mandante que não mandava em casa. Então, essa vitória veio também para tirar essa ‘zica'”, enfatizou.
A vitória teve um peso decisivo. Nas contas de Roberto Fernandes, basta um outro triunfo em casa para o Leão se classificar matematicamente à fase seguinte do Campeonato Brasileiro da Série D. “Se isso acontecer contra o River (PI), aqui em Bragança, iremos para a última rodada decidindo somente a primeira colocação”, projetou imaginando o cenário ideal.
Sobre a partida contra o Interporto (TO), Fernandes fez uma avaliação distinta entre os dois tempos. “Fizemos um bom primeiro tempo. Se perguntássemos para qualquer torcedor, considerando o retrospecto em Bragança, o mais importante seria a vitória. No primeiro tempo, além dos 2 gols, fomos bem. A equipe foi equilibrada. No segundo tempo, queríamos o mesmo nível. Não foi o que aconteceu”, disse, apontando a falta de ritmo de Danilo Rios e a baixa produtividade de Marcinho como responsáveis pelo rendimento abaixo do esperado nos últimos 45 minutos.
O Liberal, 08/09/2014
