Independente 3x0 Remo (Eduardo Ramos)
Independente 3x0 Remo (Eduardo Ramos)

Em silêncio, Eduardo Ramos caminha para os vestiários do estádio Evandro Almeida, o Baenão, após um treinamento que antecedeu o confronto de ida contra o Independente, pela semifinal do segundo turno. Instigado pela assessoria de imprensa do Remo, Eduardo apenas faz o sinal de negativo com a mão direita. Não quer conversar com os repórteres e a justificativa é de que o atleta quer voltar a jogar bem e, desta forma, se sentir à vontade para falar com a imprensa.

A estratégia ainda não deu certo. Na saída do gramado do estádio Navegantão, em Tucuruí, após seu time ser goleado pelo Independente, por 3 a 0, Eduardo quebrava o silêncio, falando pouco, mas admitindo que o adversário teve mais vontade que os azulinos. “Mas não adianta falar!”, exclamou, encerrando a pequena entrevista.

O “camisa 33” voltou a ter uma atuação discreta, alternando (poucos) bons e (muitos) maus momentos. Eduardo Ramos, que foi o melhor do Campeonato Paraense 2013, quando ainda ostentava a camisa do Paysandu, não consegue sequer ser uma pálida lembrança com a camisa remista. O que acontece com o jogador contratado a peso de ouro para ser a estrela da companhia azulina?

Treinando desde o início do ano no clube, é difícil acreditar que um déficit físico seja o principal entrave para o bom rendimento de Eduardo Ramos, como sugerem alguns críticos.

O fato foi descartado pelo preparador físico azulino, Nicolau Barros. “A parte física só é lembrada quando os resultados são negativos. O Eduardo, por ser um atleta diferenciado, é um dos mais cobrados, mas posso te falar que ele foi submetido a treinos de potência e velocidade e, em todos, o Eduardo deu uma resposta positiva. Ele não falta a treinamentos e é dedicado. Então, não faz sentido esta crítica”, assegurou Barros.

Se o problema não é físico, pode ser tático. No Paysandu, Eduardo Ramos fazia uma dobradinha de sucesso com o lateral Yago Pikachu, pelo setor direito de ataque. No Remo, por sua vez, Eduardo não consegue tabelar com os laterais, sobretudo, em função da pouca ousadia de Levy e Alex Ruan, os titulares das laterais do Leão, no ataque.

Desta forma, Eduardo busca alternativas, posicionando-se mais centralizado e tabelando com Leandro Cearense, algumas vezes. O entrosamento entre os dois foi aprimorado, mas não é o suficiente para considerar a jogada como a melhor do Remo.

O fato é que a paciência dos torcedores já está se esgotando. “O Eduardo Ramos não joga porque não quer. Falta a famosa sombra. Deixa ele no banco dois jogos e coloca o Athos como titular. Faria um bem danado para os dois”, opinou um torcedor remista.

Além disso, tecnicamente, Eduardo Ramos está devendo. Em Tucuruí, o treinador do Remo, Roberto Fernandes, explicou que o time foi prejudicado pela encharcado gramado do estádio Navegantão. Embora não tenha citado o nome de Eduardo Ramos, ficou claro que o treinador fazia uma defesa do atleta.

“Quando melhor for o gramado, facilita. A nossa equipe é técnica, mas isso não é desculpa”, declarou Fernandes, que é um apoiador do futebol de Ramos desde quando chegou a Belém. Eduardo foi comandado por Roberto Fernandes no Náutico (PE), na temporada 2011.

Amazônia, 22/04/2014