Foi na crise provocada pela derrota em Paragominas que o Remo se direcionou para a conquista da Taça Cidade de Belém. Até então, o time parecia apático, iludido com uma ideia de superioridade. Ao perder para o Jacaré (1 a 0) no fechamento da fase classificatória, o Leão Azul sofreu as cobranças mais ácidas. Charles Guerreiro virou alvo e se viu ameaçado de dispensa. Foi quando o elenco abraçou seu técnico e resolveu suar por ele.
Assim, com aguerrimento, o Remo atropelou o Cametá nas semifinais e obteve uma vantagem que foi decisiva na decisão com o Paysandu, sendo campeão com dois empates.
A crise produziu a solidariedade e a superação que faltavam para tornar o time competitivo, mesmo com deficiências táticas. Charles fez a leitura correta quando viu a necessidade do terceiro volante. O Remo ganhou consistência defensiva, tomou apenas 2 gols nos seus últimos quatro jogos no turno e construiu sua conquista nos contra-ataques.
Porém, a opção pelo trio de pegada (Dadá, Ilaílson e Jhonnatan) e uma linha de marcação mais recuada deu espaço aos volantes adversários. Isso merece uma reflexão de Charles Guerreiro. Com o acesso à Série D engatilhado, o Leão reduz a carga de estresse em pelo menos 80%, devendo crescer de rendimento por conta do ambiente que torna-se mais sereno.
Coluna de Carlos Ferreira, 25/02/2014
