Jardel Buiú
Jardel Buiú

Dias após da eliminação do Clube do Remo da Série D do Campeonato Brasileiro, alguns episódios vêm a tona. Ontem, o ex-atacante remista Jardel Buiú, revelou que os bastidores do clube não eram a maravilha que todos tentavam supor. De acordo com ele, havia uma espécie de divisão entre alguns jogadores e um membro da diretoria, embora o atleta evite citar o nome do dirigente.

“Pode perguntar para o Rafael Paty, para o Robinho, que foi injustiçado, para você ver. Ninguém queria ele por perto. A gente reunia e falava assim: ‘vamos fazer o nosso trabalho e deixar o resto pra lá!'”, desabafou.

Os integrantes da diretoria de futebol eram Thiago Passos e Emerson Dias, sob a supervisão de Henrique Custódio. Pelo menos, teoricamente. Na prática, Passos e Dias tinham carta branca, sendo subordinados apenas ao presidente do clube, Zeca Pirão. Custódio se afastou do dia a dia do time no segundo semestre.

Jardel Buiú defendeu a ideia que um dirigente torcia contra o futebol do trio, argumentando que eles não haviam sido contratados por intermédio do diretor. “Ele não queria nos ver no time. O que ele fez com Robinho, por exemplo, foi complicado”, disse, lembrando do meia-atacante dispensado no início do Brasileirão, após ter feito uma partida ruim como titular, logo na estreia da competição.

Buiú, aliás, foi uma aquisição do presidente do Remo, Zeca Pirão. Com boas jornadas vestindo a camisa do Paragominas, o atleta agradou o principal cartola do Leão. No Baenão, no entanto, Buiú sequer chegou a jogar oficialmente. Este fato é um dos motivos que gera insatisfação. “Só jogava amistoso. Não fui para o Remo para jogar amistoso”, disparou. “Lá no Remo, muitos trabalham honestamente, mas alguns jogam contra”, assegurou.

Sobre o trabalho da comissão técnica, liderada por Roberto Fernandes, Jardel Buiú tem poucas críticas. Segundo o atleta, Fernandes tinha as suas preferências, mas tratava todos de forma igual.

“No último coletivo, ele escalou quatro atacantes e fiquei de fora. Daí, me senti mal. Pedi para sair e até pedi os meus direitos (trabalhistas), mas não ligo para isso. Estou agora no Castanhal e com o apoio dos diretores. O time é bom e espero que as coisas dêem certo”, frisou. O atleta se desvinculou do Leão antes da eliminação do Campeonato Brasileiro.

[colored_box color=”yellow”]Citado como testemunha, Paty prefere ficar fora da polêmica

O atacante Rafael Paty evitou entrar na polêmica. Embora citado por Buiú, o centroavante azulino disse que não sentiu nenhum clima ruim. “Não senti nada disso”, limitou-se a dizer, evitando problemas. O centroavante fez apenas um gol com a camisa azulina, quando entrou como titular na partida contra o Interporto (TO), em Porto Nacional (TO). Ele finalizou um cruzamento do lateral Levy e marcou o segundo gol azulina na vitória por 2 a 1.

Apesar de ter feito gol, Rafael Paty acabou saindo da equipe titular. Depois, teve apenas uma oportunidade e para atuar por apenas alguns minutos, justo na derrota do time para o Guarany de Sobral (CE), em jogo no estádio de Bragança.

Mais experiente, Rafael Paty não entrou em rota de colisão com a diretoria, mas deu declarações públicas dando a entender que o ex-treinador do Remo, Roberto Fernandes, não era favorável a sua presença no grupo. “Foi meio frustrante para mim e até converso sempre como minha esposa. Trabalhei bastante esse ano e não fiz nada de errado, mas quando o comandante não está de acordo com a forma que sua contratação aconteceu, pode acontecer isso”, explicou.

Paty, por sinal, ainda não decidiu o seu destino. Ele tem contrato com o Remo até o fim de novembro. “Vamos esperar as eleições do clube. Por enquanto, ainda não sei”, disse, referindo-se ao pleito azulino, agendado para o dia 08/11.

O atacante afirmou que tem propostas, inclusive, para jogar pela primeira fase do Campeonato Paraense. Talvez por isso, o atleta voltou a treinar no estádio Baenão. “Estou apenas trotando, dando aquela corrida, não é exatamente treinando. É para não perder tanto a forma”, explicou. Além de Paty, o meia-atacante Reis e o lateral-esquerdo Alex Ruan também voltaram a se movimentar.[/colored_box]

Amazônia, 15/10/2014