Remo 2x2 PSC (Rony)
Remo 2x2 PSC (Rony)

Ao contrário de outras jornadas, quando se destacou pela segurança e rigor nas marcações, Dewson Freitas acabou vitimado pela tolerância excessiva com o jogo violento. Logo a 1 minuto, deixou de punir Bruninho, que acertou pontapé em Rony junto à lateral. Depois, evitou expulsar Max após falta em Lima – o zagueiro já tinha cartão amarelo. Não expulsou Tiago Potiguar, que deu pisão em Ricardo Capanema, e anistiou Billy, que deu carrinho por trás em Rony. Permitiu ainda que os jogadores tomassem conta do jogo. Djalma chegou a peitá-lo várias vezes, reclamando acintosamente de marcações. No aspecto técnico, o árbitro teve atuação relativamente tranquila.

Como efeito direto disso, o técnico Mazola Júnior dominou o pós-jogo com declarações graves e aparentemente destinadas a colocar a arbitragem sob pressão. Afirmou que estaria “tudo armado para beneficiar o Remo”, apontando um impreciso “sistema” como responsável pelo suposto esquema, não sem antes registrar que quando chegou ao Paysandu o clube se encontrava “no lixo, destroçado”. De passagem, menosprezou a atuação do rival – “só deram chutões em bolas paradas” – e enalteceu os gols de seu time.

Seria apenas mais um capítulo a engrossar o alentado histórico de polêmicas do clássico mais disputado no Brasil, apimentado por pinceladas marqueteiras, mas as acusações do técnico se revestem de gravidade por colocar sob suspeita o Campeonato Estadual, sem definir com clareza responsabilidades pelo tal esquema de favorecimento. Antes de Mazola, ainda no final do primeiro tempo, o diretor Roger Aguillera também fustigou a arbitragem, invadindo o campo para reclamar de marcações de Dewson Freitas. Detalhe: nesse momento, o Paysandu vencia por 2 a 1.

Blog do Gerson Nogueira, 23/05/2014