Torcedores remistas fizeram um protesto em frente a sede da FPF
Torcedores remistas fizeram um protesto em frente a sede da FPF

Quase 200 torcedores do Clube do Remo estiveram, na tarde de ontem, em frente da sede da Federação Paraense de Futebol (FPF), localizada no bairro do Guamá, em Belém. A intenção deles é cobrar apoio da entidade ao Leão Azul na briga judicial que tenta colocar o clube no Campeonato Brasileiro da Série D. O ato transcorreu a maior parte do tempo de forma pacífica. No entanto, não havia expediente na Federação e nenhum diretor recebeu os manifestantes. Somente ao fim do manifesto, o assessor jurídico da FPF, Antônio Cristino, foi identificado pelos torcedores no lado de fora, observando o protesto, ele foi alvo de críticas. Parte dos torcedores se exaltou e partiu em direção do assessor. Sob pressão, Cristino, acabou sendo escoltado pela Policia Militar, até conseguir entrar em um táxi para se retirar do local.

No final da noite, pedras foram arremessadas para dentro da sede da entidade, cerca de mais de duas horas após o fim do protesto. Thiago Passos, presidente da Associação dos Sócios do Remo (Assoremo), um dos grupos presente na manifestação, disse que até então desconhecia o fato, porém, repudiava a atitude.

“A gente é totalmente contra esse tipo de atitude e todos sabem que nosso ato foi pacífico com começo, meio e fim. Pode ser que alguém tenha aproveitado a nossa saída para fazer isso”, expôs Thiago Passos.

O protesto ocorreu de maneira bem tranquila desde às 15h30, horário em que os primeiros torcedores começaram a chegar ao local. Policiais Militares e da Ronda Ostensiva Tática Metropolitana (Rotam) faziam a guarda da área. Segundo Tenente Coronel Matias, comandante do 20º Batalhão do Guamá, nenhuma ação violenta ocorreu, mesmo os manifestante dando de cara com o portal da Federação fechado.

“Tudo está ocorrendo na normalidade. Só viemos aqui para garantir a ordem, porque sou comandante da área e temos compromisso com a segurança. Ficamos sabendo do ato pelo monitoramento na internet, mas desconheço o funcionamento do expediente da entidade (FPF)”, afirmou Coronel Matias.

Do alto do trio, azulinos mostraram indignação

Durante praticamente duas horas, representantes de vários grupos ligados ao Clube do Remo, desde torcidas organizadas a associações, subiam no trio elétrico estacionado em frente à Federação Paraense de Futebol (FPF) para discursarem e mostrarem sua opinião contra a entidade máxima do futebol paraense, uns mais calmos e outros mais eufóricos. Além disso, faixas e cartazes foram fixados nas grades da Federação. Uns pedindo a saída do Coronel Antônio Carlos Nunes da presidência da Federação, outros até mesmo criticando o grupo de comunicação ORM.

Entre todas as opiniões expostas, um ponto era comum: uma revolta com a FPF sustentada por uma alegação de que a entidade não apoia o Remo, principalmente no recente episódio da ação do torcedor Wendell Figueiredo contra a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que tenta colocar o Leão na Série D com justificativa do não cumprimento do Estatuto do Torcedor.

“Há muitos anos, a torcida do Remo é revoltada pela postura omissa da Federação em relação ao nosso clube. Nesse momento, nossa ação está toda voltada à indignação pelo modo tendencioso em relação à Série D. Além de não apoiar o seu filiado Remo, ela ainda faz jogo contra, se habilitando no processo, para dizer que o Remo não tem direito algum à vaga. Então, hoje, a torcida do Remo está aqui para falar e mostrar publicamente, que ela não vai permitir que FPF seja omissa ou tome uma posição tendenciosa”, informou Thiago Passos.

Em resposta às acusações, o Coronel Antônio Carlos Nunes diz que elas partem “de gente que faz coisas erradas e, para cobrir os erros, joga a torcida contra a Federação”. “É uma infâmia, uma calúnia e uma mentira dizer que a FPF não apoia o Clube do Remo”, disse Nunes que, como demonstrativo de seu apoio, afirma que ele mesmo fazia os contatos com as Federações de Rondônia e Roraima, na tentativa de conseguir uma desistência de vaga. “Cheguei a mandar ofícios para a CBF requerendo que, em caso de desistência, a vaga fosse abdicada para nós do Pará”, defende-se.

Diário do Pará, 12/07/2013