Thiago Passos
Thiago Passos

Sócio do clube desde os primeiros dias de vida, o novo diretor de futebol do Remo, o advogado Thiago Passos, de 31 anos, dá início à reformulação do Departamento de Futebol Profissional do Leão Azul, que passará a atuar de forma mais integrada com o Futebol Amador – que será comandado por André Baía, professor de Educação Física. Durante entrevista concedida, Passos falou sobre a filosofia que será implantada no futebol azulino.

Recém-empossado no cargo, o novo dirigente garante que, apesar de presidir a Assoremo (Associação de Sócios do Remo), que nos últimos meses se notabilizou por criticar duramente a diretoria remista e cobrar mudanças na gestão do clube – com destaque para a adoção do voto direto -, a relação com o presidente Zeca Pirão jamais foi de animosidade. “O presidente Pirão só está no Remo há seis meses e não tem nenhuma responsabilidade sobre o que ocorreu em administrações passadas”, ressaltou Thiago Passos.

O novo diretor de futebol também afirmou que não teme a pressão por sair das arquibancadas direto para um cargo de comando no futebol azulino. “A pressão e as cobranças virão com toda certeza, mas o importante é que me sinto convicto e capaz de fazer um bom trabalho”, assegurou Passos, que também falou sobre a reformulação do elenco azulino e as contratações de reforços.

O que esperar da sua gestão? Vai haver mudança radical em relação ao que era feito antes no Remo?

Vamos mudar a maneira de trabalhar no futebol do Remo. A principal mudança deve ser no planejamento. Não pensamos num trabalho somente para o Campeonato Paraense de 2014 e sim um projeto a longo prazo. O planejamento é implantar uma verticalização no futebol, integrando o departamento profissional com a categoria de base para que a gente adote uma metodologia de trabalho na qual todas as categorias funcionem da mesma forma. Desta forma, por exemplo, quando precisarmos subir um jovem atleta, ele já estará acostumado com o esquema tático que vem sendo adotado no profissional.

Você teme a pressão e as cobranças que a torcida e até mesmo outros associados do clube possam fazer sobre o seu trabalho?

A pressão e as cobranças virão com toda certeza, mas o importante é que me sinto convicto e capaz de fazer um bom trabalho ao lado do presidente Zeca Pirão, do vice Maurício Bororó e dos demais colegas que aceitaram fazer parte desta empreitada. O Remo precisa neste momento da ajuda de verdadeiros remistas e de renovação. Acredito na força da juventude e das novas ideias. Por isso, aceitei este desafio mesmo sabendo que seremos muito cobrados pelas forças mais tradicionais do clube.

Você ficou conhecido como presidente da Assoremo e, principalmente, por conta das duras críticas aos dirigentes e membros do Conselho Deliberativo. Como você acha que será sua relação com essas pessoas agora que fará parte da direção do clube?

Na verdade, nossas críticas não jamais foram pessoais. Tínhamos divergências quanto ao modelo de gestão que vinha sendo adotado no clube há vários anos. E o ex-presidente Sérgio Cabeça era apenas um continuísmo desse modelo, pois ele fazia parte do mesmo grupo que levou o Remo ao momento crítico que estamos vivendo. Já o presidente Zeca Pirão só está no Remo há seis meses e não tem nenhuma responsabilidade sobre o que ocorreu em administrações passadas. Foi por isso que aceitamos o convite feito por ele para trabalharmos juntos.

Quais foram as exigências que você e os demais integrantes da Assoremo fizeram para poder participar da gestão de Zeca Pirão no Remo?

Nós exigimos que fosse realizada uma auditoria fiscal nas contas do clube nos últimos 10 anos e que essa auditoria fosse realizada por uma empresa independente. Além disso, só aceitaríamos discutir nossa participação na direção do clube se o então presidente Sérgio Cabeça e algumas das pessoas que o cercavam deixassem a diretoria. Também exigimos que a administração do clube passasse a ser profissional e totalmente transparente.

E quais são seus objetivos iniciais no futebol profissional do Remo?

Para começar, chego pensando grande. Não achem que penso em fazer boa campanha. A gente chega com desejo de formatar conquistas, porque o torcedor remista já está cansado de tantas decepções. Vamos trabalhar para que o futebol profissional do Remo passe a funcionar de forma profissional, sempre comprometido com a grandeza deste clube. Uma grandeza que jamais poderia ter sido deixada de lado e que, no que depender do nosso trabalho, voltará a ser respeitada por todos, especialmente pelos nossos adversários.

Como e quando serão feitas as contratações com vistas à próxima temporda?

Sobre contratações, o que posso dizer é que já estamos articulando alguns reforços desde agora, mas nossa idéia é efetivá-las apenas entre o final de outubro e início de novembro, quando a preparação do grupo com vistas ao Parazão 2014 vai realmente ser iniciada. O mais importante, porém, é fazer dentro da responsabilidade, não inflacionar e colocar o clube em situação difícil. Dentro da realidade do Remo, vamos fazer um time competitivo e vitorioso. Nossa categoria de base é o nosso futuro e isso não pode ser deixado de lado. Vamos investir para que ela dê frutos para o nosso Clube.

O Liberal, 21/07/2013