Herrera
Herrera

A cada final de temporada a torcida azulina é contemplada com boatos e especulações de todo tipo, quase sempre mirabolantes, talvez como compensação dos dirigentes pelas poucas notícias boas de verdade. O saldo, porém, é quase sempre negativo, pois criar ilusões resulta sempre em grande frustração. Quem não recorda daqueles projetos de trazer um jogador famoso, que desceria de helicóptero no Baenão lotado, no começo deste ano? Pura potoca.

Desta vez, porém, a diretoria parece concentrada em torno de um projeto bem estruturado, que visa dotar o time atual de pelo menos cinco peças de alto nível. O plano inicial é contratar um atleta com densidade e currículo para ser herói da massa remista. Ele irá vestir a camisa de número 33, que simboliza a longa invencibilidade sobre o Paysandu, até hoje cantada em prosa e verso pelos azulinos.

Antes da Série D deste ano, quando o Remo ainda sonhava em obter a vaga, chegou a ser firmado um pré-contrato com o meia Eduardo Ramos, do rival bicolor. O próprio jogador confirmou a negociação em entrevista à Rádio Clube. Tudo caiu por terra com a barração do clube azulino no campeonato, após insistentes e desgastantes tratativas com cartolas rondonienses.

Os entendimentos com Ramos podem ter sido suspensos, mas a diretoria passou a buscar alternativas em outras praças e até em outros países. Falou-se em Túlio Maravilha e Loco Abreu. Desde a semana passada, a bola da vez é Herrera, ex-jogador do Botafogo (RJ), que atualmente atua fora do Brasil. Há garantia, por parte de fontes da diretoria, que o argentino foi contatado e teria aceitado vestir a tal camisa 33 do Remo.

Com base na paixão e no fanatismo da torcida, responsável por recordes de público na Copa do Brasil Sub-20 e nos últimos campeonatos estaduais, a diretoria contabiliza por antecipação um faturamento de R$ 3 milhões com a venda das primeiras 20 mil camisas (R$ 150 a unidade).

Ninguém ligado ao jogador confirmou o acerto, mas a notícia já circula nas redes sociais e a diretoria não nega, nem confirma, por enquanto. Enquanto isso, outros nomes começam a ser especulados. É o caso de Zé Soares, ponta arisco e driblador que defendeu o Remo entre 2006 e 2007, mas que anda meio esquecido no futebol ucraniano.

Outros jogadores muito citados são Wellington Saci, Danilo Rios, Bismarck e Pimentinha, ex-Sampaio Corrêa (MA) e hoje no São Caetano (SP). Nesse festival de apostas e chutes, muita coisa pode mudar até dezembro, mas é fato que a diretoria age com argúcia ao manter aceso o interesse do torcedor em torno da construção do time para a temporada 2014.

Blog do Gerson Nogueira, 28/10/2013