Fenômeno Azul
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Após uma longa discussão pública sobre o papel das torcidas organizadas dentro dos estádios, principalmente considerando o histórico de casos de violência e depredação que levaram a uma posição mais rígida do Ministério Público, as reuniões de organização do Re x Pa deste próximo domingo trouxe novidades. Após assinarem documento se comprometendo a não vender ingressos subsidiados às organizadas, as diretorias de Remo e Paysandu apresentaram uma flexibilização da decisão, que foi acatada pelo MP.

As torcidas Organizadas regularmente cadastradas receberão carga específica de ingresso, com 50% de desconto, e poderão entrar com suas baterias e bandeiras novamente no estádio desde que não promovam gritos de incitação à violência. Os representantes de Remo e Paysandu justificaram a solicitação afirmando que o Juizado do Torcedor tem feito o trabalho de separar os mau intencionados dos cidadãos de bem e que as organizadas fazem parte da festa dentro do estádio.

Diante da insistência do pedido, cuja principal parte interessada eram os próprios clubes, o Ministério Público acatou o pedido. A cessão dos ingressos subsidiados e liberação das baterias e camisas recua a medida cautelar imposta há pouco menos de um mês, que impedia cinco organizadas de comparecer aos estádios. Permanecem as restrições apenas às extintas Remoçada e Terror Bicolor.

O promotor Domingos Sávio disse não compreender a exigência do torcedor organizado de receber benefícios para apoiar seu time. “Se eles realmente são tão apaixonados pelo clube e querem ajudar porque não pagam seu ingresso normalmente como fazem os demais torcedores? Só no primeiro Re-Pa do ano foram cerca de 26 mil reais que a dupla Re-Pa deixou de faturar. Mas se os clubes dizem que esse valor não fará falta, não cabe ao Ministério Público questionar isso”, afirmou Sávio.

Diário do Pará, 14/03/2013