Rogério Belém – Foto: Sandro Galtran (Clube do Remo)
Rogério Belém – Foto: Sandro Galtran (Clube do Remo)

No meio de semana, o time azulino se classificou para as semifinais do Campeonato Paraense Sub-17, panorama que parecia dos mais complicados de acontecer quando o atual técnico do Leão assumiu o cargo.

Rogério Belém estreou como treinador da equipe na partida contra o Vila Rica, no dia 03/10. Naquele momento, o Clube do Remo acumulava 4 derrotas seguidas nas 4 primeiras rodadas da competição. Aos poucos, com vitórias e empates, o time se recuperou até chegar forte na disputa do título.

Aos 48 anos, ele teve a oportunidade de voltar ao clube que o revelou como atleta de destaque na década de 1990, o que o levou a vestir as camisas de Grêmio (RS), São Paulo (SP), Athletico (PR), Ceará (CE), Sport (PE), além de equipes do futebol turco e grego.

Dois meses após substituir Ailton Moraes, Rogério se credenciou junto ao clube e ao elenco. O desafio é fazer com que desse grupo saiam jogadores que possam suprir o profissional o quanto antes, mesmo com todos os entraves que existem nos elencos “de cima” em Belém para os garotos que vêm da base.

Em entrevista, ele falou sobre os primeiros momentos no Baenão e a recuperação do time, dos técnicos que influenciaram sua carreira e o que esperar do Leão na Copa São Paulo de 2024.

Como você tem avaliado esses primeiros momentos como técnico no Remo e a melhora que o time vem tendo no Sub-17?

Avalio como muito positiva essa minha passagem agora pelo Remo, no Sub-17. Quando cheguei no Baenão, era uma situação muito difícil. Conversando com amigos dos meus treinadores, que são treinadores também, falaram que eles não encarariam essa situação. Graças a Deus, tive força, coragem e confiança no meu trabalho e resolvi aceitar. Conversei muito com o grupo e os jogadores me deram uma resposta. Tivemos um papo muito sério e eles aceitaram que a gente ia tentar dar a volta por cima e conseguimos. Então, acho que foi muito importante essa mudança, essa subida de produção que tivemos.

O que mudou do Remo que você encontrou com 4 derrotas seguidas para o time atual?

O que mudou do time quando cheguei foi a atitude que tivemos. Fiz uma mudança no meio-campo, consegui dar oportunidade para jogadores que não estavam tendo chances e todos deram uma resposta positiva. Coloquei na cabeça deles mais atitude para jogar para frente, para saber que jogar no Remo tem que ir para frente, agredir quase todo o tempo o adversário e isso foi uma mudança que deu certo.

Como você faz o planejamento de sua carreira como treinador? A ideia é buscar uma experiência primeiro em um time menor antes de assumir um clube de massa, como o próprio Clube do Remo?

Minha meta é treinar um grande clube, como o Clube do Remo, no profissional. Vejo a profissão de treinador igualzinha a de jogador. A gente começa ali na base, depois vai subindo até o objetivo principal, que é o profissional. Do profissional, vai para frente, vai procurar outros ares, procurar outros Estados, outros países. É nessa ideia, minha ideia é essa. Por isso, a gente está sempre se capacitando, sempre estudando, sempre tentando melhorar cada vez mais. Errar menos para que a gente tenha uma boa trajetória como treinador.

Você trabalhou com grandes técnicos dentro e fora do país. Quais foram os que mais influenciaram hoje como treinador, e por quê?

Trabalhei com vários treinadores renomados, aprendi muito com alguns que até hoje estão ainda na ativa, como o Felipão (Luiz Felipe Scolari), que está fazendo um grande papel no Atlético (MG), um trabalho belíssimo. Hélio dos Anjos também. Um dos que sempre foi referência na minha carreira foi o Muricy (Ramalho), com quem trabalhei no São Paulo (SP), porque é um cara humano, um cara rígido quando tem que ser. É um cara amigo quando tem que ser amigo, um paizão quando tem que ser paizão. Então, tento fazer isso, tento passar isso para meus atletas. Em todo time que vou, em toda equipe que vou, faço isso. É uma pena que ele (Muricy) não esteja mais trabalhando como treinador.

O time Sub-17 deve ser a base do Remo que disputará a Copa São Paulo, em janeiro do ano que vem. Como você acha que o Leão chegará nessa competição?

A Copa São Paulo é uma competição bem difícil. Tem muitos clubes grandes que vão com o objetivo de ser campeão. É uma disputa muito rápida, que mal dá tempo de se recuperar de um erro. Vejo o Remo bem montado, com o Sub-20 forte e que se tiver essa mescla com o Sub-17, como querem, pode resultar em um grande elenco e um bom time para fazer uma grande competição, podendo revelar grandes jogadores.

Diário do Pará, 03/12/2023

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