Helder Filho – Foto: Cristino Martins (O Liberal)
Helder Filho – Foto: Cristino Martins (O Liberal)

O Remo está em um momento de transição de gestão. Muitos que estavam no ano passado continuam, mas outros são novos e um deles é o jovem Helder Filho, de apenas 16 anos, que assumiu o cargo de diretor da Juventude Azulina, cargo que é ligado diretamente à presidência e que possui um papel de difundir a marca do Remo e ampliar o número de torcedores jovens no interior do Pará.

O novo diretor falou dos projetos e como pretende trabalhar, além da forma como vai administrar a pressão que é ocupar um cargo em um clube de massa. Helder Filho comentou ainda sobre a relação com o pai, o governador Helder Barbalho, como o futebol faz parte de sua vida e das críticas que recebeu por também ser torcedor declarado do Flamengo (RJ).

Como surgiu o convite para assumir o cargo de diretor da Juventude Azulina?

Foi uma ligação que o Tonhão me fez. Ele é um amigo nosso e falou sobre uma proposta, falou que iria concorrer à eleição, Já iria apoiá-lo, já tinha acertado isso e, no momento, surgiu o convite. Ele falou do meu trabalho com a juventude, por já ter trabalhado com isso, tanto na campanha passada do meu pai, por já ser um jovem influente nessa área, não tive como recusar, ainda mais trabalhando e podendo ajudar o clube que tanto amo. Foi algo irrecusável.

Já foi debatido algum projeto e como irão trabalhar?

Já debatemos sobre levar jogadores ao interior do Estado para criar e para afoitar as crianças do interior a verem um jogador, a verem seu ídolo, a ver um jogador do Clube do Remo, para fomentar o público do interior, para de fato, poder ter contato com o seu time do coração jogando na sua cidade. F.

Como surgiu a relação com o Remo?

Sou extremamente novo, só tenho 16 anos. Falo muito isso com o meu pai, que nasci na época “sombria” do Remo. Nasci em 2007, na pior época do Remo, a primeira glória do clube de fato que consigo me lembrar foi o acesso em 2015. Lembro que estava com meu pai, fui em todos os jogos. Contra o Operário (PR) foi uma emoção louca e lembro de estar também na final da Copa Verde de 2015, o primeiro jogo contra o Cuiabá (MT), então foi naquele momento que virei a chave e me apaixonei completamente pelo Remo. Tive uma relação muito distante com o Remo, a partir de 2015 para frente, como todos sabem,. Morei em Brasília (DF) por muito tempo com meu pai e acaba que lá não tem uma influência tão grande dos times do Norte, foi quando começou o antigo (canal) Esporte Interativo, hoje TNT Esportes, a transmitir a Série C do Campeonato Brasileiro. Lembro de um jogo, acho que foi Remo e Salgueiro (PE), no Mangueirão. Teve Remo e Sampaio Corrêa (MA), no Mangueirão. Então, sempre teve aquela relação meio à distância, mas a partir de 2019, quando de fato voltei a morar aqui na capital paraense, foi quando me apaixonei completamente, comecei a ir em todos os jogos. Na pandemia, estive em jogos. Em 2021, em jogos na Série B e, desde o ano passado, que deslanchei nessa questão do Remo e estive de fato em todos os jogos esse ano também.

O futebol é presente nas conversas com o seu pai? E as críticas recebidas por ser torcedor do Flamengo (RJ)?

Somos completamente apaixonados pelo futebol. Essa questão do Flamengo (RJ), que tanto falam, foi pelo fato de a gente ter morado em Brasília (DF). Como todos sabem, Brasília (DF) também não é um local tão influente com o futebol e acaba que lá todo mundo torce para um time de fora. Foi na época que o Maracanã estava em reforma, então todo jogo do Flamengo (RJ) era mandado no estádio Mané Garrincha. Então aquela loucura do futebol, meu avô (senador Jader Barbalho) é flamenguista, acaba que a gente ia para o estádio juntos, ver todos os jogos do Flamengo (RJ). Foi uma época um pouco tensa do Flamengo (RJ), mas todos os jogos a gente ia e criei uma afinidade. Não nego que sou torcedor, não vou negar isso para ninguém, mas a gente conversa muito sobre o futebol em casa. Todo jogo que podemos, assistimos juntos. Teve o jogo da Seleção Brasileira contra a Argentina, a gente ficou meia hora no meu quarto, só assistindo melhores momentos de jogos de futebol da Copa do Mundo. O futebol é o assunto que mais tenho com o meu pai. Ele me pergunta qual é o jogador que está indo para time X, como é que está o Neymar no Al-Hilal (Arábia Saudita), como é que está o Haaland no Manchester City (Inglaterra), então a gente tem esse papo sobre futebol, que é muito presente na minha casa.

Qual o jogo do Remo marcante?

Tem dois, de forma positiva. Tem o jogo que me lembro que é o jogo do acesso (para a Série C) contra o Operário (PR), com o gol do Eduardo Ramos, foi 3 a 1, no Mangueirão, no jogo de volta, que a gente subiu para a Série C, depois de anos e anos na Série D. Tem aquela narração marcante do Jorge Igor, do Esporte Interativo. Outro jogo que me lembro, que é mais recente, foi contra o Vila Nova (GO), aqui no Baenão. Foi o jogo do tão esperado título da Copa Verde, que foi extremamente marcante, com Vinícius defendendo dois pênaltis, que é o meu maior ídolo no Remo.

Pela proximidade com o Tonhão, pode rolar algum “pitaco” no futebol? Você vai poder dar opinião em algumas contratações, em algumas situações do dia a dia do clube?

Essa questão de contratação, não vou ter nada com isso. Está nas mãos de 3 pessoas, que é do professor (Ricardo) Catalá, do diretor executivo de futebol, que é o (Sérgio) Papellin, e na mão do Tonhão, que é o presidente do clube. Evidentemente, darão o aval das contratações, mas acho que é claro que todo mundo que está aqui dentro, está aqui dentro por um propósito. Todo mundo é apaixonado pelo Remo, todo mundo, querendo ou não, aqui dentro, é torcedor. Então acho que quando a pessoa é torcedor, ela dá (pitaco), querendo ou não. Uma hora ou outra, ela vai querer dar um pitaco, vai querer dar uma puxada de orelha, vai querer falar ou não falar sobre o clube. Então, acho que é inevitável uma fala ou outra sobre o futebol do clube ou sobre um esquema tático X ou Y, mas essa questão de contratação está totalmente na mão dos três, do Catalá, do Papellin e do Tonhão.

Você tem 16 anos, uma pessoa jovem, cheia de ideias e que está em um clube que a cobrança é grande. Como analisa toda essa situação, essa exposição que um clube acaba dando?

Essa questão de exposição é algo que já passei. Antes da campanha passada (do pai), eu não era ninguém. Depois que comecei a aparecer na campanha do meu pai, de fato virei uma figura pública e comecei a ganhar atenção nas redes sociais. Então isso é algo que já falei até com meus pais, é algo que já estou blindado sobre. Acho que se fosse 1 ou 2 anos atrás isso aqui, estaria um pouco “ferrado”, mas acho que já estou blindado contra isso. Estou acostumado com essa exposição e acho que estou preparado, principalmente nessa parte, de poder ajudar meu time do coração. Porque a coisa que mais amo na minha vida é o Remo, então estou muito ansioso para o que pode vir. Se Deus quiser, a gente vai conquistar o acesso em 2024 para a Série B.

A pressão em estar em um clube de massa. Está preparado para vivenciar tudo isso?

Sei da pressão que tem aqui no clube, a gente que convive, que vive do clube, vocês da mídia que vêm para os jogos, têm uma noção do tamanho que tem as massas de Remo e do Paysandu, que é algo completamente diferente de outras regiões do Brasil. Apesar de, por exemplo, tem times do interior de São Paulo na Série B que não botam metade da metade do que o Remo bota de público no jogo aqui no Baenão. Aqui, digo até que tem a pressão maior do que um Flamengo (RJ) da vida, em questão estadual. Então, é muito grande a pressão, mas acho que todo mundo aqui está blindado contra isso, está preparado contra isso. A maioria dos que compõem a direção já estavam no clube desde o ano passado, então já estão preparados.

O Liberal.com, 24/11/2023

1 COMENTÁRIO

  1. Ser torcedor, Helder Filho, é mais do que acompanhar o time. É ser parte de algo maior, de uma tradição que foi construída ao longo dos anos. É celebrar as conquistas e aprender com as derrotas. É valorizar o trabalho em equipe e a dedicação de cada jogador e comissão técnica. É nunca abandonar o clube, não importa o quão difícil a situação possa parecer.

    A pergunta é, você tem esse cargo porque se mostrou competente ou foi por influência da política da família do pai e avô e administração do Leão visando algo a mais no futuro e o Clube do Remo é apenas um TRAMPOLIM?

    16 anos, convenhamos é muito jovem. além disso, é possível torcer pra mais de um clube, todavia, você só pode amar um clube no coração. A regra é clara, só um time no coração.

    Meu amor pelo meu clube do Remo é eterno e incondicional. Ele está enraizado no meu coração e faz parte da minha identidade. Meu leão eu jamais trocaria por nada. Que cada partida venha repleta de emoções, e que meu amor pelo meu clube continue a crescer a cada dia.

    Sinceramente, Helder Filho, espero que você mostre competência pro cargo e tenha aliados competentes ao seu lado. Tudo em prol do nosso amado Leão. Tenho fé que a gente vai arrebentar esse ano. Então, Helder Filho, você só pode ter um coração\time. vocês esta 100%com a gente ou não?

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