Mazola não garante Ronald e minimiza problema na lateral

O técnico azulino Mazola Júnior abordou a preparação do Remo para o clássico do próximo domingo (08/03), no Mangueirão. Novidade positiva diante do Carajás, o garoto Ronald não está garantido contra o Paysandu. O jogador de 17 anos teve uma entorse no tornozelo direito no treino desta quarta-feira (04/03) e virou dúvida para o Re-Pa.

“O momento do Paysandu é melhor, mas clássico Re-Pa, e eu já disputei 10, tira todo e qualquer favoritismo. É 50/50. Estamos com problemas, sim, maiores e muito mais quantitativos do que eles, mas para quem já fez um Re-Pa sem zagueiro, fazer um Re-Pa sem lateral-esquerdo, a gente vai minimizar esse problema”, brincou o treinador, relembrando a decisão do Parazão de 2014, quando trabalhava no time bicolor e não tinha zagueiros à disposição.

No Leão, a lateral-esquerda é um problema há algum tempo. Dudu Mandai se lesionou em janeiro e só na última segunda-feira (02/03) iniciou o período de transição. Ronaell saiu contundido no primeiro tempo contra o Carajás, com uma lesão muscular e Ronald, da base, acabou estreando como profissional.

Seu caso não foi avaliado como grave pelo Departamento Médico azulino, ele já iniciou tratamento e está em observação. O jovem, aliás, foi muito elogiado por Mazola.

“Foi muito interessante a personalidade que ele demonstrou. Isso levei muito em consideração, muito mais até pela performance dele no jogo. Ajudou bastante, mas vamos devagar. A gente sabe como é que funciona essa situação de transição de base para profissional em um clube gigante como é o Remo, além do momento atual ser de uma pressão gigantesca como está aí”, ponderou.

Com a entorse de Ronald, pode subir para 8 o número de desfalques do Remo para domingo (08/03). Fredson (cartão vermelho) e Charles (3º cartão amarelo) cumprem suspensão. Douglas Packer, Gustavo Ermel e Ronaell estão lesionados. Dudu Mandai e Gelson, em etapa de transição, podem ainda não ter condições de jogo.

Mazola Júnior ainda esclareceu que a comparação que fez após a última partida não era, na verdade, com Yago Pikachu, mas com Natanael, lateral-esquerdo com o qual trabalhou no Cuiabá (MT) e atualmente integra do elenco do Internacional (RS).

“É o Natanael, que trabalhou comigo em 2013 no Cuiabá (MT) e tinha as mesmas características (do Ronald). Até porque, quando cheguei aqui, o Yago já era conhecido nacionalmente, já tinha disputado uma Série C. Foi o Natanael, que hoje está no Internacional (RS), já jogou no Athletico (PR), jogou na Bulgária muitos anos”, explicou.

Durante a entrevista, o atual técnico do Remo contou que tem bastante conhecimento sobre o elenco do Paysandu e adiantou que deverá montar um esquema para neutralizar o artilheiro bicolor na temporada, Nícolas, principal jogador adversário.

“Inclusive, quem fez o Nícolas centroavante fui eu, no Criciúma (SC). Fui consultado quando o Paysandu o contratou, o treinador era o (João) Brigatti. Fui consultado e o referendei. É um grande atleta, grande profissional, um menino do bem demais. Nícolas merece todo esse destaque que está tendo aqui, mas domingo (08/03) vamos fazer de tudo para quebrar essa sequência de gols que está fazendo pelo nosso maior rival”, salientou.

Confira outros trechos da entrevista com Mazola Júnior:

Diferenças com o trabalho do ex-técnico Rafael Jaques

O Remo joga de uma maneira diferente do que o Jaques jogava, todo treinador tem a sua formatação. O trabalho é diferente, até porque meu preparador físico também já trabalhou aqui muitos anos. Temos uma outra visão em relação a trabalho aqui no Pará, principalmente em um gigante como é o Remo. Não estou falando que é melhor ou pior, falo que são situações diferentes, totalmente antagônicas. A gente espera que o nosso conhecimento do futebol paraense possa fazer com que o Remo jogue um futebol melhor, com mais qualidade do que vinha apresentando.

Série B como principal objetivo

Acredito que sim, pelo menos esse foi o projeto apresentado pelo Fábio (Bentes, presidente) a mim. Eles estão passando por um momento de transição administrativa, financeira, tudo isso, mas o foco maior é o campeonato da Série C que, com a mudanças do regulamento, mudou a competição.

Avaliação do novo formato da Série C

Mudou o campeonato. Dependendo de quando acabarem as inscrições, vai mudar mais ainda a competição. Acho que ficou mais justo e foi muito bom, apesar de que, para mim, na minha forma de ver, na Série C já caberiam 38 rodadas (pontos corridos). Acho que a Série D, no formato que é feito, é uma barbaridade. Você não vai conseguir recuperar as grandes bandeiras, os grandes clubes brasileiros, que são “grandes empresas”, por assim dizer, na atualidade, sem produzir. Não tem cabimento a Série D ter 8 equipes por chave só. O nosso projeto, da Federação dos Treinadores, é a Série C com 38 rodadas e a Série D com 40 clubes, em 4 chaves de 10.

Globo Esporte.com, 04/03/2020