Guto Ferreira – Foto: Samara Miranda (Clube do Remo)
Guto Ferreira – Foto: Samara Miranda (Clube do Remo)

Guto Ferreira foi atleta e virou técnico. Até aí, ele seria só mais um. Porém, Augusto Sérgio Ferreira é exceção. Foi atleta, sim, um dos melhores de Piracicaba (SP), mas no voleibol. Nas competições estudantis, jogou também futsal e basquete.

Aos 16 anos, foi chamado para “quebrar um galho” como técnico da escolinha de futebol do Colégio Católico (Congregação Salesiana) onde estudava. Depois, técnico da escolinha do XV de Piracicaba (SP) e a construção de uma carreira gloriosa.

Foi estudando futebol, métodos de treinamentos, liderança e tantas outras capacidades desenvolvidas que Guto Ferreira se inseriu e se firmou no mercado do futebol. Já chegou grande ao Remo e está em uma trajetória que pode colocar seu nome na história do clube azulino, se conseguir levá-lo à Série A nacional.

Futebol dos teóricos

Com o diferencial de ter vindo do vôlei, Guto Ferreira é mais um técnico teórico em destaque no mercado do futebol. Cláudio Coutinho, Carlos Alberto Parreira, Oswaldo de Oliveira, Renê Simões, Maurício Barbieri, Enderson Moreira, Péricles Chamusca, Júlio Cesar Leal, Matheus Costa são nomes que se estabeleceram entre os técnicos sem terem sido jogadores.

Guto está apenas confirmando no Remo um histórico vitorioso de quem já conduziu 4 clubes à Série A – Ponte Preta-SP (2014), Bahia-BA (2016), Internacional-RS (2017) e Sport-PE (2019). Trabalha para que o Remo seja seu 5º acesso!

Técnico ou treinador?

Alguns técnicos se sentem diminuídos quando chamados de treinadores. Por que? É os que técnicos têm formação acadêmica e são preparados, com conhecimento, para liderar uma comissão multidisciplinar, de especialistas em ciência e tecnologia, enquanto os treinadores são profissionais mais dependentes do empirismo, ou seja, pautados pelo conhecimento prático.

Em geral, treinadores têm rejeição ao trabalho daqueles cuja importância minimizam, como é bem o caso dos psicólogos, mas são muito hábeis na relação com os atletas, exemplos de Givanildo Oliveira, Valdir Espinosa, Joel Santana, Felipão, Renato Gaúcho e tantos outros.

A soma dos dois perfis sempre será ideal, mas não determinante para sucesso ou fracasso. O valor de um técnico ou de um treinador pode estar nas figuras secundárias que os cercam, ou seja, seus auxiliares. Também por isso, treinadores são auxiliados por um filho, que acrescenta ao trabalho o conhecimento acadêmico e o domínio de tecnologia.

O domínio das ferramentas tecnológicas serve à inserção no mundo virtual, especialmente das redes sociais, pesquisas e exploração de material disponibilizado pelos analistas de desempenho. É trabalho que exige absoluta confiança. Nesse universo, estão nesse auxiliar (filho ou não) os olhos de quem toma as decisões.

Escola

Não por acaso, os técnicos portugueses estão espalhados pelo mundo, muito presentes no Brasil. Portugal tem a melhor escola de técnicos de futebol do mundo, com ampla e profunda literatura do tema. Futebol em Portugal é estudado na Universidade.

No Brasil, a literatura do futebol é básica. Só agora começa a avançar. Eduardo Barroca, técnico do CRB (AL), e Wallace Reis, zagueiro ex-Flamengo (RJ), atualmente no Londrina (PR), estão produzindo livros com seus estudos, experiências, reflexões e proposições.

De olho

Neste domingo (19/10), às 16h, o Avaí (SC) encara o Criciúma (SC), no estádio da Ressacada, em Florianópolis (SC). Mais tarde, às 20h30, é a vez do Goiás (GO) receber a Chapecoense (SC), no estádio Hailé Pinheiro, em Goiânia (GO). Ambos os jogos são de grande interesse para os remistas.

Coluna de Carlos Ferreira, O Liberal, 19/10/2025

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