O Remo buscou o gol ao longo de toda a partida. Até conseguiu fazer, mas tomou também, permitindo o empate de maneira quase infantil. No segundo tempo, açoitado por contra-ataques perigosos do River (PI), deu uma tremenda sorte de achar o gol nos acréscimos. Como jogo, foi um exercício de emoção para os torcedores. Como resultado, excelente vitória, que assegura antecipadamente a classificação à fase de mata-mata da Série D.
A estratégia esboçada pelo técnico Roberto Fernandes foi correta, botando o time para jogar do jeito que todos vivem pedindo. No ataque, com ousadia. O problema é que o meio-de-campo ficou vulnerável demais, pois atacar se tornou prioridade absoluta no jogo.
O mais interessante é que a tarde começou perfeita, com um gol logo de cara. Reis, de cabeça, aproveitou a chance entre os zagueiros piauienses. Ao invés de se organizar e esperar o adversário, o Remo se lançou em busca de mais gols, afoitamente. Quase conseguiu fazer, mas abriu demais seu setor defensivo, cedendo o empate ainda na metade da primeira etapa. Os contornos dramáticos da tarde foram coroados com a penalidade, que o River (PI) terminou desperdiçando.
Para o segundo tempo, o Remo voltou novamente agressivo e chegou ao gol muito cedo, com o volante Michel Schmöller, mas Negreti falhou e Warley igualou tudo de novo. O jogo virou roleta russa. Para substituir Dadá, lesionado, Fernandes optou por Val Barreto. Com isso, tornou o ataque mais poderoso, mas abriu de vez sua retaguarda, que era acossada o tempo todo pelos contragolpes do River (PI).
Com a força ofensiva, impulsionada por Levy e Rony na direita, o Remo era incansável na perseguição ao gol, mas falhava no arremate final. Justo quando os sustos na zaga começavam a indicar que o técnico havia errado em botar Val Barreto na vaga de um volante, eis que o centroavante irrompe na área e faz o gol libertador, aos 47 minutos.
Caprichos do futebol. De suas incertezas e imperfeições nasce o encanto.
Blog do Gerson Nogueira, 15/09/2014