A ida para a Série A depois de tanto tempo tem exigido do Clube do Remo uma série de adaptações. Na última vez em que o Leão esteve na elite nacional, em 1994, a realidade era bem diferente, assim como as diferenças de estruturas entre as equipes eram bem menores que atualmente.
Elenco, estádio, CT… Tudo está defasado em relação aos demais, inclusive centros de excelência dentro dos clubes, como no caso do Departamento Médico.
De acordo com o ortopedista Jean Klay, chefe do DM remista, isso já foi identificado e há uma demanda interna por mais estruturação.
O médico detalhou algumas medidas que devem ser feitas para ajudar o elenco em 2026. Confira os principais pontos:
Exigência bem maior
Com o acesso, naturalmente, o nível de exigência aumenta bastante. Embora a gente tenha números bem consistentes no ano de 2025, onde a gente teve nosso menor número de lesões, e quando a gente fala em número de lesões, do ponto de vista científico, não são números absolutos, é o número de lesões para cada 1 mil horas de exposição. Então, nosso índice ficou bem baixo, ficou de 3,6 lesões para cada 1 mil horas de exposição, o que é um valor bem baixo.
Agora, é claro, em uma prateleira de Série A a exigência física é maior, a performance é maior, a intensidade é maior e, naturalmente, nossa estrutura também precisa ser maior. Então, diante disso, a gente já elaborou um projeto para o ano de 2026, já foi apresentado ao presidente Tonhão (Antônio Carlos Teixeira) e nossa ideia é, até a construção do CT, tentar fortalecer o NASP atual com “centros de excelência”.
A gente está pensando no centro de excelência tecnológica para recuperação de lesões, um centro de excelência tecnológica para performance e um também para recuperação. Isso já foi orçado e passado para o presidente. À medida que os recursos vão entrando, a gente vai avançando para que possa melhorar ainda mais a assistência aos nossos atletas.
Desafio na preparação
A pré-temporada fora de Belém gera um grande desafio para todos nós. Porque aqui já está tudo meio automatizado, a gente já tem os hospitais e laboratórios parceiros, nosso corpo médico, tudo fica muito mais facilitado. A gente está discutindo o que fazer para viabilizar, da melhor forma possível, essa avaliação pré-participação, que é fundamental para toda a temporada. Porque a gente se baseia justamente no que a gente encontra nessa avaliação para definir a estratégia em cada atleta.
Cada jogador vem com uma realidade diferente e a gente precisa entender em que estágio ele está. Não são só os exames laboratoriais ou de imagem, mas são também e, principalmente, as avaliações da fisiologia, fisioterapia e médica. A gente reúne tudo isso, elabora um relatório do grupo e um relatório individual de cada atleta. A gente está trabalhando em cima desse planejamento e, muito provavelmente, a gente vai ter um quantitativo maior de staff na primeira semana de pré-temporada lá em Recife (PE), para que a gente possa realmente ter o máximo de informações possível dos nossos atletas.
O melhor aos atletas
Em relação à estrutura médica, com certeza, a gente está muito atrás. Estamos em uma Série A, mas a estrutura não é de Série A e todos temos plena convicção disso. Embora a estrutura, por si só, não seja capaz de alcançar os resultados, mas a gente sabe que é importante. Então, sabendo disso, já foi conversado e a gente está correndo para ver se melhora nossa estrutura para que a gente possa entregar para os nossos atletas o melhor possível, algo que possibilite performance com baixo risco de lesão e, no caso de lesão, que seja recuperação mais rápida possível.
Diário do Pará, 30/12/2025



Deveriam tentar trazer uma piscina flutuante lgual aquela do mirassol, recupera bem o jogador