Antônio Carlos Teixeira (Tonhão) – Foto: Carmem Helena (O Liberal)
Antônio Carlos Teixeira (Tonhão) – Foto: Carmem Helena (O Liberal)

O Remo disputará em 2026 a Série A do Brasileirão pela 1ª vez em 32 anos. De Belém, a equipe se prepara para sua temporada mais desafiadora e exigente neste século. Além da elite nacional, está garantido na 5ª fase da Copa do Brasil e ainda vai disputar a Copa Norte/Verde, Campeonato Paraense e Super Copa Grão-Pará.

O rebaixamento de 3 equipes da região Nordeste em 2025 (Sport-PE, Fortaleza-CE e Ceará-CE) aumentou a distância que o Remo deverá percorrer para disputar suas partidas fora de casa na próxima temporada. Das 20 equipes na competição, 17 se encontram no Sul ou Sudeste.

“Outros clubes vão precisar viajar para Belém, mas apenas uma vez. Nós teremos de nos deslocar 19 vezes ao longo do campeonato”, afirmou Antônio Carlos Teixeira, o Tonhão, presidente do Remo.

Para 2026, o Remo prevê um orçamento de R$ 150 milhões. Esse número é 3 vezes superior àquele com o qual o clube precisou trabalhar na temporada de acesso.

Neste cálculo, estão consideradas as receitas com direitos de transmissão que, apesar das críticas do Remo ao modelo da Libra (bloco de clubes do qual faz parte e negociou a venda de forma conjunta), impulsionará os ganhos a partir de janeiro.

No acordo celebrado junto à TV Globo, estava previsto uma redução nos ganhos das equipes caso houvesse mais de 10 clubes do bloco na Série A em 2026. Com o Remo, o número de clubes subiu para 11, mas o montante a ser dividido continuará igual. Portanto, cada associação receberá uma fatia menor ao longo do ano.

Esse dinheiro é importante justamente pelo número de viagens que o Remo deverá fazer em 2026. Na Série B, o clube fretou 2 voos específicos, para confrontos com Novorizontino (SP) e Avaí (SC). Para isso, houve um acordo junto a Leila Pereira, presidente do Palmeiras (SP), no valor de R$ 300 mil, para o empréstimo da aeronave. Um trajeto que levaria 10 horas, partindo da capital paraense até o interior de São Paulo, incluindo conexões em um voo comercial, foi feito em 3 horas.

“Pelo rebaixamento de alguns clubes do Nordeste, esse problema se agravou”, lamentou o mandatário.

Não há condição financeira para que o Leão consiga fretar voos para todas as partidas da Série A na próxima temporada – que já se inicia na última semana de janeiro. Entretanto, o clube irá trabalhar com situações pontuais, para diminuir problemas de logística para o elenco.

O Remo já teve reuniões com a CBF para que sejam designados ao elenco voos com menor duração e mais acessíveis, quando possível – dado o problema logístico ao qual está submetido. Cerca de 3 mil quilômetros separam Belém de São Paulo (SP), por exemplo, com o clube precisando enfrentar 5 clubes paulistas ao longo do próximo ano.

Além de precisar lidar com as competições e viagens, o Remo também corre contra o tempo para montar o seu elenco. O atacante Pedro Rocha, um dos destaques da campanha de acesso e artilheiro da Série B, não renovou para a próxima temporada e acertou com o Coritiba (PR). Vindo do Avaí (SC), Alef Manga chegou como substituto.

As novidades também estão na área técnica. O Remo fechou com Juan Carlos Osorio, ex-São Paulo (SP) e Athletico (PR).

“Não vou dizer que tem de ser propositivo, porque vamos enfrentar grandes clubes, com uma estrutura bem maior do que a nossa. Dentro dessa realidade, vamos buscar um técnico que tenha esse perfil”, pontuou Tonhão, antes do anúncio de Osorio.

Entre as renovações, o clube estendeu o vínculo com Marcelo Rangel, goleiro titular do Remo na campanha da Série B. Agora com o técnico colombiano, a tendência é que o Leão passe a anunciar novos acertos, já alinhados com o que pensa a nova comissão técnica.

É comum que clubes recém-promovidos à Série A optem por vender seus mandos em confrontos contra clubes de maior torcida. Nesse primeiro momento, no entanto, Tonhão é enfático – tirar uma partida de Belém, seja no Mangueirão ou no Baenão, seria uma traição com o torcedor azulino.

“Seria traidor com a minha torcida. Ela foi fundamental para tudo que está acontecendo no Clube do Remo. Na hora do filé, não posso levar, por causa de uma condição financeira melhor, o jogo para uma outra cidade, para outro Estado. Essa possibilidade é muito remota, pelo menos enquanto eu for o presidente do clube”, enfatizou.

É com essa torcida, aliás, que o Remo sonha grande em 2026, com a classificação para uma competição continental, como a Copa Sul-Americana, semelhante ao feito que ocorreu com o Mirassol (SP), que disputará a Copa Libertadores na próxima temporada, após uma campanha brilhante logo em sua temporada de estreia.

“Não posso pensar em só me manter na Série A, porque acabo sendo rebaixado. O Remo sempre pensou grande e eu também. Particularmente, penso dessa maneira. O sarrafo é muito alto, muito grande, mas vamos trabalhar para isso”, encerrou Tonhão.

Trivela, 24/12/2025

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