Juan Carlos Osório – Foto: Rebecca Blackwell
Juan Carlos Osório – Foto: Rebecca Blackwell

Conhecido internacionalmente por ideias fortes e decisões ousadas, o treinador colombiano Juan Carlos Osório, de 64 anos, chega ao Baenão com uma proposta de jogo marcada por intensidade, pressão constante sobre o adversário e grande participação coletiva no setor ofensivo.

O modelo de jogo de Osório prioriza a posse de bola e a ocupação do campo rival. Suas equipes procuram empurrar o adversário para trás, atacando com muitos jogadores e construindo as jogadas desde a defesa, envolvendo zagueiros e meio-campistas no início das ações ofensivas.

Apesar de ter preferência pelo esquema 4-3-3, Osório adota uma abordagem flexível, com laterais e pontas atuando bem abertos, criando amplitude e abrindo espaços para infiltrações.

Durante as partidas, a equipe pode assumir diferentes desenhos táticos, especialmente no momento ofensivo, o que exige alto nível de entendimento coletivo.

A pressão após a perda da bola é outra marca registrada do treinador. Assim que perde a posse, o time tenta recuperá-la rapidamente ainda no campo de ataque, reduzindo os riscos defensivos e aumentando as chances de criar oportunidades de gol perto da área adversária, mas essa proposta demanda intensidade elevada e boa preparação física do elenco – aspectos que devem ganhar atenção especial no planejamento do Remo.

Um dos pontos mais debatidos do trabalho de Osório é a alta rotatividade nas escalações. O colombiano não costuma repetir formações, defendendo a ideia de que todo o elenco deve estar apto para atuar.

Suas escolhas variam conforme o adversário, o contexto da partida e até o tipo de gramado. No São Paulo (SP), em 2015, por exemplo, o treinador chegou a passar mais de 15 jogos sem repetir o time titular, algo que pode se repetir no Leão.

Na bola parada defensiva, Osório também foge do convencional. Em escanteios e faltas laterais, costuma reduzir o número de jogadores dentro da própria área, buscando uma ocupação de espaço mais equilibrada e racional, mesmo contrariando modelos mais tradicionais do futebol brasileiro.

Os números ajudam a explicar a longevidade e o respeito conquistados pelo treinador. No Atlético Nacional (Colômbia), viveu sua fase mais vitoriosa, com 287 jogos e aproveitamento superior a 60%, além de vários títulos nacionais consecutivos.

Comandou a Seleção do México em 52 partidas, alcançando quase 70% de aproveitamento e deixando sua marca na Copa do Mundo de 2018, especialmente pela ousadia nas escolhas, incluindo uma vitória sobre a Alemanha, por 1 a 0.

No futebol brasileiro, Osório passou por São Paulo (SP) e Athletico (PR), mantendo médias superiores a 50% de aproveitamento e confirmando seu perfil competitivo em cenários distintos.

Ao longo da carreira, conquistou 4 Campeonatos Colombianos, 1 Copa Colômbia e 1 Superliga da Colômbia, além da Conferência Leste da MLS (Estados Unidos), reforçando um currículo pautado por convicções claras de jogo.

No Remo, a expectativa é de adaptação mútua. Ideias fortes, decisões pouco convencionais e um estilo intenso passam a fazer parte do dia a dia do Baenão, em uma temporada que promete desafios dentro e fora de campo para clube, elenco e comissão técnica.

Roma News, 19/12/2025

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