Fim de jogo e, ainda no vestiário, jogadores recebem refeição imediata. É o que especialistas chamam de “janela anabólica”, momento mais favorável à absorção de nutrientes, que contribui também para acelerar a recuperação pós-jogo dos atletas, inclusive de micro lesões musculares. Isso é ciência a serviço da performance no futebol!
No jogo contra o Avaí (SC), o Remo aderiu a essa estratégia nutricional. A composição alimentar, trabalhada pelos nutricionistas Pedro Bastos e Rodrigo Pamplona, não apenas repõe energias como compensa perdas de líquidos e eletrólitos, evitando fadiga muscular persistente.
É cardápio à base de carboidratos, como batata doce, arroz integral, macarrão integral; proteínas, como ovos, frango, peixe, iogurte; além de legumes e frutas.
Porém, nada disso valeu para recuperar as energias dos atletas entre os jogos contra Goiás (GO) e Ferroviária (SP). De tão apático, o time foi patético na sexta-feira (01/08).
Alimentação, suplementos, sono e todas as condições de repouso, assistência psicológica, monitoramento do desgaste físico, uso de GPS para o levantamento de estatísticas do rendimento de cada atleta. Ciência e tecnologia em larga contribuição no futebol do Remo.
Há as situações, porém, em que nada do aparato científico e tecnológico podem resolver. Contra os catarinenses, vimos um Leão apático diante do adversário paulista, se arrastando no segundo tempo, sob a justificativa de tempo insuficiente para recuperação, por ter jogado menos de 70 horas antes, contra os goianos, fora de casa. É inegável que a queixa procede, mas o desgaste não pareceu ter sido para tanto.
Se era tão grave, se o Remo tem tão bons serviços de avaliação fisiológica e, ainda, se o elenco oferece alternativas, porque jogadores mais desgastados não foram poupados? O que não podia acontecer era o Remo se mostrar tão impotente!
Próximo
O próximo jogo do Leão será no sábado (09/08), em Belo Horizonte (MG), contra o América (MG). A semana vai ser longa e amarga para os azulinos de António Oliveira, agora sob intensas cobranças de reação. O Remo teve apenas 2 vitórias nos últimos 7 jogos e já não tem conforto como candidato ao acesso.
Coluna de Carlos Ferreira, O Liberal, 03/08/2025
Esta é a oportunidade para testar um 4-4-2. Quem seria o substituto de Pedro Rocha no ataque? Com a saída de Maxwell, não há um reserva natural para a posição. Além do mais, adiantaria insistir em três atacantes que não têm mostrado eficiência nas finalizações? O meio-campo com três jogadores fica sobrecarregado e os pontas têm muitas limitações na marcação. Acredito que aproveitando o entrosamento de Pavani e Jaderson no meio, com Cantillo e Caio Vinícius como volantes, o time seria ofensivo e competente na marcação de meio-campo, pouparia mais a zaga e deixaria os dois atacantes “mais à vontade” para atacar e definir as jogadas, sem muita obrigação de recompor a defesa. Como opções de segundo tempo, poderia se pensar em lançar mão de Régis, em substituição a um dos meias avançados (Jaderson/Pavani) e migrar para o 4-3-1-2 e até em substituir Cantilo/Caio Vinícius por Nathan Camargo num 4-4-2 losango. O 4-3-3 parece fisicamente desgastante pro time e o 4-4-2 “descansaria” os atletas. Que acham?