Samir Xaud – Foto: Rafael Ribeiro (CBF)
Samir Xaud – Foto: Rafael Ribeiro (CBF)

Eleito como novo presidente da CBF neste domingo (25/05), Samir Xaud anunciou sua primeira mudança para o futebol brasileiro – a redução de datas dos Estaduais. Segundo o dirigente, a ideia é disputá-los em 11 datas a partir da temporada 2026.

“Uma das primeiras mudanças é a redução de datas do Estaduais. Estamos projetando fazer com 11 datas a partir do ano que vem. É uma singela demonstração de que queremos mesmo que mude. Começaremos com o pé direito”, disse Samir, ao começar a entrevista coletiva.

“Já estamos conversando com os presidentes (das Federações) sobre as datas e não acredito que teremos problemas. Os Estaduais agora terão que se adequar ás normas da CBF”, completou o dirigente.

Nesta temporada, o calendário brasileiro indicou 16 datas para a disputa de Estaduais. Eles foram iniciados no dia 12/01 e encerrados em 26/05.

O dirigente roraimense foi confirmado no comando da Confederação após eleição realizada no Rio de Janeiro (RJ), na sede da entidade. Ele assumiu o cargo imediatamente e tem mandato até 2029. Logo após o resultado, o dirigente discursou aos presentes na CBF. Indicou que a melhor organização do calendário e a introdução do “fair play” financeiro seriam prioridades.

Apesar de ser candidato único, Xaud não conseguiu unanimidade de votos – como ocorreu na eleição anterior, que reelegeu Ednaldo Rodrigues. Foram 103 pontos de um total de 141 possíveis. Ao todo, estiveram presentes 26 Federações e 20 clubes. O que daria 108 pontos possíveis. Vale ressaltar que cada voto de Federação tem peso 3, de clube da Série A tem peso 2 e da Série B tem peso 1.

Agradecimento

Gostaria de agradecer a toda imprensa pela presença aqui hoje. Dizer que é um prazer estar aqui hoje, nesta eleição, neste pleito eleitoral muito disputado em relação aos bastidores, mas dizer que não estou só. Tenho um grupo de pessoas que querem mudança do futebol brasileiro e querem colocar de volta o Brasil, o futebol brasileiro, de onde não deveria ter saído. Uma página virada, que se vira hoje e que esperamos que logo, logo, já comecem as mudanças necessárias e devidas na instituição CBF. Estou muito feliz e honrado de ter ganho esse apoio maciço, de 25 Federações e 10 clubes, que acreditaram no projeto e que é possível mudar e virar essa página. Meu agradecimento a todos.

Diálogo

Diálogo é muito importante nesse processos de união, de todos os clubes, todas as Federações, e começamos com 10 (clubes). Hoje, neste processo eleitoral, estavam presentes 20 clubes. É um trabalho que já está sendo feito. Particularmente, já estou conversando com cada clube, cada presidente, mostrando para eles o que queremos fazer. Esses 10 clubes que vieram hoje, acreditaram nesse processos. O diálogo vai continuar, até termos a maioria maciça, para que juntos, construiremos um futuro melhor para o futebol brasileiro.

Força política

O que posso dizer é que foram colocadas muitas mentiras a meu respeito. Muitas notícias falsas que tentaram me desprestigiar, colocar meu nome para baixo. É uma política que não faço. Sei muito bem quem sou, sei muito bem de onde vim, da formação que tenho, e de tudo que passei para chegar até aqui. Opinião alheia não me incomoda.

Apoio

Não tenho nenhum temor. Acredito muito no grupo que está comigo. Acredito muito nos objetivos e nas propostas que temos para o futebol brasileiro. Isso não me incomoda. Estou aqui para executar um trabalho diferenciado e realmente colocar o futebol brasileiro nos trilhos.

Essa relação precisa acontecer. O diálogo vai ser uma nota aqui da instituição CBF. Queremos conversar com todos. A gente viu que perdemos patrocínio, não vejo motivo. Essa interlocução vai acontecer e a gente vai buscar o melhor para a CBF e para a Seleção Brasileira.

Carlo Ancelotti

É uma felicidade muito grande termos a oportunidade de ter um técnico, o maior técnico da história do futebol internacional até hoje. Já tive o primeiro contato com ele, sim. Ele vai ter total autonomia para decidir o que for melhor para a Seleção Brasileira, comissão técnica. Ancelotti terão total autonomia. Vamos blindá-lo de qualquer situação externa que possa ter. Eles precisam dessa autonomia para realizar o seu trabalho com excelência.

Isso começa aqui de dentro, reorganizando a casa. A gente precisa acabar com instabilidade dentro da instituição. Pessoas precisam ter felicidade de trabalhar aqui para refletir lá fora. Com a chegada do Ancelotti, vai ser um ponto de “start” para esse processo. Acredito que vai fazer trabalho de excelência na CBF, com a Seleção Brasileira. Assim a gente vai poder trazer o público próximo da CBF.

Descentralizar o poder

CBF agora vai ter uma gestão descentralizada, vamos descentralizar o poder. Temos que fazer isso para todos os personagens da instituição, dar autonomia de decisão para trabalhar. Acredito que, assim, vamos poder colher o melhor de cada um profissional de excelência aqui dentro.

Desafio

O primeiro desafio é trazer alegria novamente para as pessoas que aqui dentro trabalham e tentar aproximar mais a torcida ao Brasil, à Seleção Brasileira. Esse trabalho sendo realizado aqui dentro, conseguindo dar uma estabilidade institucional e voltando a essa alegria de trabalhar aqui dentro, teremos o reflexo lá fora, na Seleção Brasileira. Transparência, esse nome está na chapa. Temos meio de colocar essa gestão visível para todos. Acredito muito nessa união de todos, nessa descentralização de poder que vamos fazer a partir de agora na CBF. Assim, a gente vai conseguir chegar aos resultados esperados.

Projeto

Primeira ideia é criar uma comissão responsável, colocar todas as ideias na mesa, discutir com todos os personagens, clubes e Federações. A gente precisa fazer estudo e adequar o “fair play” para a realidade do Brasil. Quando falo em aperfeiçoamento, falo em educação continuada. É importante para qualquer processo, cargo ou profissão. Como médico, sei que é importante. Além dessa educação continuada, temos que verificar novas tecnologias disponíveis para arbitragem. Isso a CBF via fazer, em conjunto com a comissão de arbitram e outros personagens.

Mudança no estatuto

Esse é um assunto mais complexo. Estatuto é assunto complexo. tem que se colocado em discussão. Se os personagens entenderem que o processo tem que mudar, tem que partir de conjunto, de bloco, não do presidente.

Globo Esporte.com, 25/05/2025

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