António Oliveira – Foto: Samara Miranda (Clube do Remo)
António Oliveira – Foto: Samara Miranda (Clube do Remo)

O Remo do começo do Campeonato Brasileiro tinha peças muito bem definidas para sustentar um sistema de jogo baseado em jogadas pelos lados e transições rápidas. Foi a forma encontrada pelo ex-técnico Daniel Paulista para injetar competitividade a um time com sérias limitações em alguns setores e deu certo enquanto durou a permanência do técnico no Baenão.

Os laterais Marcelinho e Sávio eram responsáveis pelas ações nos corredores laterais, dando suporte e trocando passes com os atacantes Janderson e Pedro Rocha, respectivamente. No meio, o volante Caio Vinícius era a peça de proteção à defesa na condição de primeiro volante.

Os outros volantes, Jaderson e Giovanni Pavani, ajudavam na marcação e cuidavam da movimentação de arrasto rumo ao ataque, cobrindo as subidas dos laterais.

O esquema se mostrou eficiente o bastante para garantir vitórias seguidas em Belém e uma invencibilidade que perdurou pelas 11 rodadas iniciais.

A partir da entrada em cena de António Oliveira, substituto de Daniel Paulista, o Remo mudou de configuração. Sobrou muito pouco do time impetuoso e intenso nas transições. A preocupação era fustigar a zaga adversária, sem preocupação em reter a bola.

Desde a estreia no clássico Re-Pa, a equipe passou a cadenciar os movimentos, buscando ter mais controle das ações, mas perdendo força e presença no ataque. Essa mudança foi mal assimilada diante dos bicolores e prevaleceu até o primeiro tempo do confronto seguinte, contra o Athletic (MG), fora de casa.

A partir do segundo tempo contra os mineiros, o Remo mudou de atitude em campo. O time avançou suas linhas, com Jaderson e Marrony atacando a defesa adversária, conseguindo, com isso, construir a primeira vitória fora de casa.

Não é tarefa simples implantar um novo modelo de jogo. Ainda tentando ser mais consistente nos três setores, o Remo voltou a ter problemas diante do Cuiabá (MT), situação que gerou um frustrante empate sem gols diante do Fenômeno Azul.

Mais confusa ainda foi a apresentação diante da Chapecoense (SC), embora o placar de 1 a 1 tenha sido um excelente resultado conquistado fora de casa. O mesmo escore aconteceu na rodada seguinte, em Belém, diante do Novorizontino (SP).

É claro que todos esses adversários estão naquela faixa de competidores diretos pelo G4. A boa notícia é que diante do Avaí (SC) já surgiram os primeiros sinais de êxito nas tentativas de reconstrução, com a entrada em cena de novos atletas no corredor direito, casos de Nathan Santos na lateral e Marrony no ataque, além de um meio-campo renovado com a presença do volante Victor Cantillo.

Para os próximos jogos, que marcam a virada de turno, o Remo passará a ter um jogador mais agressivo pelos lados. O meia-atacante uruguaio Diego Hernandez, que teve passagem pelo Botafogo (RJ), é a bola da vez para adicionar intensidade ofensiva ao time idealizado por Oliveira.

Blog do Gerson Nogueira, 26/07/2025

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