Remo 0×1 Paysandu, nos pênaltis: 6×5 – Foto: Wagner Santana (O Liberal)
Remo 0×1 Paysandu, nos pênaltis: 6×5 – Foto: Wagner Santana (O Liberal)

O Remo buscava ansiosamente reconquistar o título estadual após 2 anos de fracasso nas tentativas, contra Águia (2023) e Paysandu (2024). O Leão acumulava uma dívida com o torcedor, cuja ambição maior é levantar taças.

Compreender essa ansiedade da torcida foi algo aparentemente difícil para as gestões azulinas nas últimas décadas. Um exemplo disso, que parece uma cultura de acomodação, foi a amadora preparação para as finais da Série C em 2021.

Os jogadores foram à Doca festejar o acesso junto à torcida em plena pandemia e o Remo perdeu praticamente todo o time titular para a disputa do título com o Vila Nova (GO), adversário desta quarta-feira (17/05), no Mangueirão. Acabou derrotado por puro desleixo.

Curiosamente, os dirigentes não demonstraram frustração com o ocorrido. Ficou faltando uma apuração interna rigorosa para descobrir quem negligenciou cuidados tão básicos. Se houve, ninguém ficou sabendo.

Um grande clube, com torcida gigante e apaixonada, não pode incorrer em atos de incúria que envolvem a chance de ganhar títulos. A própria forma como o Remo encara a Copa Verde exemplifica isso. Ganhou apenas uma vez, sobre o mesmo Vila Nova (GO), mas poderia ter faturado outras decisões.

Na competição deste ano, a eliminação foi particularmente vexatória. Mesmo atuando dentro de casa, com portões fechados, o time treinado à época por Rodrigo Santana, foi dominado pelo São Raimundo (RR) e ficou tudo por isso mesmo, como se não tivesse maior importância.

Toda essa contextualização serve para ressaltar a mudança de postura observada em relação ao Parazão deste ano. A troca de técnico, que já se fazia necessária, foi fundamental para que o time ganhasse em competitividade. Os reforços tornaram o elenco mais experiente e qualificado.

Os ajustes, tanto no comando como no elenco, foram fundamentais para a conquista do Parazão. Daniel Paulista aproveitou o curto período de intertemporada em Barcarena, durante a interrupção do campeonato, para conhecer os atletas e trabalhar um novo modelo de jogo, diferente do anterior.

Com um time mais cascudo, em viés de alta na Série B, o Remo entrou na decisão com ligeiro favoritismo, embora a rivalidade consiga equilibrar os clássicos. Mesmo com desfalques importantes no confronto final, casos de Jaderson, Sávio, Janderson e Klaus, a vitória veio.

Os acertos nas contratações do técnico e dos jogadores garantiram estabilidade, foco e qualidade. Como efeito direto disso, o Remo voltou a mostrar alma e transpiração, com maciço apoio da torcida, para arrancar o título nas penalidades – onde também tinha ido mal nas disputas recentes, contra Paysandu e São Raimundo (RR), nas 2 últimas edições da Copa Verde.

Blog do Gerson Nogueira, 13/05/2025

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